seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Governo vai à Justiça contra abertura de arquivos

MANAUS. O governo deve recorrer da decisão do juiz Paulo Alberto Jorge, da 1 Vara Federal de Guaratinguetá (SP), que determinou a abertura dos arquivos da ditadura. Na avaliação de assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o juiz não tem competência legal para deliberar sobre o tema e a liberação dos registros é uma questão de política de governo, fora da alçada do Judiciário. Por este ponto de vista, cabe apenas a Lula a palavra final sobre o destino a ser dado aos arquivos.

MANAUS. O governo deve recorrer da decisão do juiz Paulo Alberto Jorge, da 1 Vara Federal de Guaratinguetá (SP), que determinou a abertura dos arquivos da ditadura. Na avaliação de assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o juiz não tem competência legal para deliberar sobre o tema e a liberação dos registros é uma questão de política de governo, fora da alçada do Judiciário. Por este ponto de vista, cabe apenas a Lula a palavra final sobre o destino a ser dado aos arquivos.

— Só quem foi eleito é que pode decidir sobre isso — afirmou um dos interlocutores de Lula neste tema.

Grupo interministerial já fez estudos preliminares

Há três semanas, o governo assumiu a responsabilidade de abrir os arquivos. Lula determinou que um grupo interministerial elabore uma proposta com esse objetivo. A idéia inicial era negociar uma alternativa com o Congresso. Deputados e os ministros destacados pelo presidente fizeram estudos preliminares, mas ainda não chegaram a uma conclusão.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, reafirmou ontem que é a favor da abertura dos arquivos, mas entende que a medida deve ser posta em prática gradualmente para evitar traumas entre a esquerda e os militares. Segundo ele, o governo vai tomar uma decisão “dentro de seu próprio ritmo”.

Para o ministro, a resistência de setores das Forças Armadas não é empecilho à abertura dos arquivos. Os militares têm dito que esses documentos foram destruídos no início da redemocratização do país.

— A decisão será tomada pelo governo e não por uma de suas instituições isoladamente — disse Bastos, após inaugurar o Centro de Integração e Aperfeiçoamento em Polícia Ambiental, da Polícia Federal, a 50 quilômetros de Manaus.

O ministro confirmou que, a pedido do governo, militares fizeram incursões recentes na área em que ocorreu a Guerrilha do Araguaia para tentar localizar corpos. Bastos não quis, no entanto, fazer comentários sobre o fracasso das buscas de ossadas dos guerrilheiros mortos na região, no início da década de 70. Segundo o ministro, a questão está protegida por sigilo.

Ao responder a um jornalista, Bastos disse que algumas indenizações pedidas por vítimas de perseguição política na ditadura são, de fato, elevadas. Segundo o ministro, essa é uma “pesada herança” deixada pelo ex-presidente Fernando Henrique que o atual governo está tentando amenizar com negociações diretas com os anistiados.

Comissão já reviu centenas de processos aprovados

A Comissão de Anistiados já reviu centenas de processos. Mas Bastos não está convencido de que é possível estabelecer novos tetos para indenizações:

— A questão precisa ser olhada com cuidado para que não se construa um esqueleto e depois o Judiciário venha dizer que essas pessoas (os beneficiários das indenizações) tinham direito (aos benefícios).

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Juiz de São Paulo será investigado por descumprir ordem do STJ
STJ admite voto de ministro que não viu sustentação oral presencial
Pescadora artesanal consegue auxílio seguro-defeso não concedido pelo INSS