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Empresas entram com ação por achar abusiva greve de vigilantes

Na ação, o sindicato patronal ainda solicita ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) uma audiência de conciliação entre o Sindiseg e as empresas.

Na ação, o sindicato patronal ainda solicita ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) uma audiência de conciliação entre o Sindiseg e as empresas. Mas, o advogado Luiz Antônio Rodrigues adiantou que as propostas do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Espírito Santo serão as mesmas oferecidas e acordadas no dissidio coletivo de trabalho com o Sindivigilantes.
Como as empresas não solicitaram caráter liminar ao ingressarem com a ação, os tumultos registrados na Grande Vitória, principalmente nas agências bancárias, podem se repetir nesta terça-feira. A categoria decidiu manter a paralisação das atividades.
Terça com bancos fechados
A greve comprometeu os serviços em muitas repartições públicas e privadas. Nos bancos, somente caixas eletrônicos funcionaram e a mesma medida será adotada até que os vigilantes retornem as atividades. A restrição do serviço deixou clientes das agências bancárias irritados. No entanto, as agências que tiverem um plano de segurança e conseguirem impedir os piquetes dos grevistas poderão abrir as portas.
Sem vigilantes não há condições das agências abrirem as portas ao público. De acordo com o presidente da Associação de Representantes e Bancos no Estado (Arbes), Jorge Eloy, nenhuma instituição pode expor funcionários e clientes a qualquer tipo de insegurança. Por causa disso apenas os caixas eletrônicos estarão funcionando. O presidente da Arbes garantiu que não vai faltar dinheiro nos caixas. Cada instituição está com um plano de abastecimento de valor das máquinas.
‘Abusiva’
De acordo com o advogado do sindicato patronal, Luiz Antônio Rodrigues, o principal motivo da paralisação é uma briga interna entre os dois sindicatos que representam a categoria no Estado. Segundo ele, a entidade que realiza o movimento grevista, Sindiseg, que representa apenas os vigilantes da Grande Vitória, não aceita o acordo firmado em convenção coletiva entre os patrões e o Sindivigilantes, sindicato inscrito no Ministério do Trabalho com abrangência estadual.
“No acordo firmado em na convenção de trabalho no dia 17 de junho deste ano, ficou acertado que o salário de todos os vigilantes do Estado passaria de R$ 657 para R$ 712,84  a partir do dia 1º de julho. O tíquete alimentação passou de R$ 7,50 para R$ 10. O acordo foi aceito pelas duas partes. Só que o Sindiseg, que promove a greve na Grande Vitória, não aceita o fato do sindivigilantes ter conseguido chegar a esses percentuais”,
O Sindiseg argumenta que eles não aceitam o acordo que autoriza um desconto de 2% do salário dos vigilantes de todo o Espírito Santo para ser repassado ao Sindivigilantes, entidade que representa, segundo eles, apenas os trabalhadores patrimoniais de Colatina e de outros 14 municípios do interior do Estado. Um dos diretores do sindicato da Grande Vitória, Delderman Silva Rocha, afirmou que o movimento grevista continua nesta terça-feira.
“Vamos nos concentrar a partir das 08 na Praça Oito, em Vitória. De lá iremos nos distribuir pelos quatro municípios: Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. Todos os trabalhadores que estiverem em seus postos de trabalho serão convidados a se retirarem e ingressarem no movimento”, destacou o diretor.
Piquetes
Mas muitos seguranças só aderiram à paralisação por causa dos piquetes montados nos locais de trabalho e por temer agressões por parte dos grevistas. Nem todos os profissionais aceitam participar do movimento. Um dos vigilantes de uma repartição pública de Vitória foi trabalhar sem a farda nesta segunda-feira. Ele conta que está há pouco tempo na empresa e teme ser agredido pelos colegas ou demitido pela empresa.
“Eu sei como eles são. Se eu viesse de farda iriam passar por aqui e me obrigar a deixar o trabalho. Só que estou há pouco tempo trabalhando. Tenho que prezar pelo meu emprego pois tenho um filho para sustentar. As empresas vão acabar demitindo muita gente que está aderindo ao movimento”, justificou.
População irritada
A cabeleireira Shirley Coutinho estava na agência do Banco Real, localizada no Centro de Vila Velha, quando os sindicalistas ocuparam o banco. Ela tentava pagar a conta do plano de saúde, mas acabou não conseguindo. O jeito agora, segundo ela, é negociar diretamente com o plano a retirada dos juros por conta do atraso.
“Eu estava na agência no momento em que eles chegaram, mandando parar todos os serviços. Imediatamente os caixas deixaram de funcionar. Os vigilantes saíram da agência. Foi um grande tumulto, eu fiquei até com medo de ser assaltada, já que diante da confusão alguém poderia se aproveitar do momento. Saí rapidamente da agência. Voltei agora a tarde, mas infelizmente não consegui pagar meu plano de saúde”, relatou.

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