O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Fernando Grella Vieira, denunciou à Justiça por homicídio culposo (sem intenção) com excesso o promotor Pedro Baracat Guimarães Pereira, acusado de ter matado com dez tiros o motoqueiro Firmino Barbosa, de 30 anos, em janeiro deste ano. Na denúncia, oferecida nesta terça-feira (30), Vieira afirmou que o promotor agiu em legítima defesa, mas ressaltou que houve excesso pelo número de disparos feitos, segundo informou o Ministério Público Estadual.
A denúncia será analisada por desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça paulista e, por enquanto, não há prazo para a decisão deles. Na época do crime, em 5 de janeiro, Pereira alegou que reagiu à tentativa de assalto de Firmino, que o abordou na Avenida República do Líbano, na região do Parque do Ibirapuera, Zona Sul de São Paulo.
A arma usada no crime foi uma pistola 9 mm, que é de uso exclusivo das Forças Armadas e não pode ser utilizada por promotores, mesmo eles tendo autorização para andar armados. O procurador-geral sugeriu à Justiça que, em vez de ser processado, Pereira se submeta a um curso de tiro sobre porte e manuseio de arma de fogo. Nem o procurador-geral e nem o promotor foram encontrados para comentar o caso na manhã desta terça.
O promotor trabalha atualmente no Grupo de Atuação de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep) no MP. O setor investiga crimes cometidos por policiais. Durante as investigações, uma promotora de Justiça que acompanhava Pereira chegou a dizer que o motoqueiro pediu que fosse entregue ‘na moral’ o relógio do promotor.
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