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Em 3 anos, deputados gastam quase R$ 1 mi com doadores de campanha

Grupo de 22 parlamentares usa verba de gabinete da Assembleia para contratar serviços de empresas e pessoas que financiaram sua eleição

Um grupo de 22 dos 54 deputados estaduais paranaenses utilizou, entre 2011 e 2013, R$ 930 mil de sua cota de gastos de gabinete para contratar empresas ou pessoas que doaram R$ 217 mil para suas campanhas políticas na eleição de 2010. Caso 2014 repita o ritmo dos anos anteriores, o valor gasto pelos gabinetes com doadores de campanha deve ultrapassar R$ 1 milhão, já que as despesas com esses financiadores vêm subindo ano a ano.

Os dados foram obtidos pela Gazeta do Povo ao cruzar informações do Portal da Transparência da Assembleia Legislativa com as prestações de contas dos candidatos enviadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre as empresas contratadas pelos gabinetes estão postos de combustível, encadernadoras e empresas de informática. As empresas que receberam os valores mais significativos, no entanto, prestam dois serviços: aluguel de veículos e serviços gráficos ou de editoração.

Somente a Cotrans, empresa de aluguel de veículos com sede em Curitiba, recebeu R$ 618 mil. A empresa doou um total de R$ 50 mil para os deputados Valdir Rossoni (PSDB), presidente da Casa; Ademar Traiano (PSDB), líder do governo; Plauto Miró (DEM), primeiro-secretário; e André Bueno (PDT). Os quatro deputados foram os que mais desembolsaram recursos para uma financiadora de campanha.

O deputado Toninho Wandscheer (PT), quinto na lista, pagou R$ 83 mil para a ADS locadora de veículos, empresa de aluguel de veículos da sua cidade, Fazenda Rio Grande. A empresa havia doado R$ 2 mil para a campanha de Wandscheer. Já o deputado Nelson Justus (DEM) contratou a Editora Tribuna do Norte em 19 oportunidades para prestação de serviço de divulgação da atividade parlamentar. No total, a empresa recebeu R$ 68 mil do gabinete de Justus. A editora havia doado R$ 6 mil para a campanha dele.

8 parlamentares contrataram empresas de “lista negra”

Levantamento da Gazeta do Povo mostra que oito deputados estaduais contrataram, para prestar serviços a seus gabinetes entre 2011 e 2013, empresas e pessoas consideradas inidôneas pelos órgãos fiscalizadores do poder público. Elas estão listadas no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS), da Controladoria-Geral da União (CGU), ou no cadastro de empresas impedidas de participar de licitações, do Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR).

Segundo o Portal da Transparência da Assembleia Legislativa, o deputado Toninho Wandscheer (PT) contratou, em duas oportunidades, outubro e novembro de 2011, uma gráfica de Curitiba impedida desde 2010 de licitar com o poder público. A empresa recebeu R$ 6 mil pelo serviço. De acordo com o Portal da Transparência do governo federal, a empresa teria fraudado uma licitação.

Toninho também contratou uma empresa de edição de jornais de Fazenda Rio Grande, sua cidade, em 23 oportunidades entre março de 2011 e agosto de 2013. Pagou R$ 24 mil para a editora. Em agosto do ano passado, a empresa foi declarada impedida de licitar com entidades municipais pelo TC.

O deputado Leonaldo Paranhos (PSC) também contratou uma gráfica impedida de licitar. A empresa teria cometido fraude. Está proibida, de 2010 a 2015, de firmar contratos com o poder público. Mas Paranhos contratou a empresa em novembro do ano passado e pagou a ela R$ 5,1 mil.

Já o deputado Duílio Genari (PP) contratou, como pessoa física, um advogado que também aparece na lista negra da CGU. O advogado recebeu R$ 4 mil em dezembro do ano passado. Esse profissional não poderia prestar serviços para o poder público até 2016.

Colaboraram Euclides Lucas Garcia e Katna Baran.

Gazeta do Povo

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