seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Juiz cita Santo Agostinho ao conceder perdão judicial a acusado de matar mãe e esposa

A deusa da Justiça, Têmis, é apresentada sempre com os olhos vendados, uma espada em uma das mãos e a balança na outra. São símbolos que expressam que, ao final, a justiça sempre prevalecerá, principalmente para se corrigir erros passados e garantir a paz de espírito para quem a procura.

INUSITADO

Recentemente uma sentença do juiz da comarca de Iporã, Antonio José Silva Rodrigues, confirmou de forma inusitada e poética essa premissa.

SANTO AGOSTINHO

Ele usou a sensibilidade de Santo Agostinho (foto) para fundamentar uma decisão onde concedeu o perdão judicial a um homem acusado de matar a própria mãe, uma mulher de 78 anos é época, e a esposa, com quem o autor era casado há 35 anos. As mortes ocorreram em um acidente de trânsito, ocorrido na PR-323, no distrito de Guaiporã, em Cafezal do Sul, em 12 de maio de 2012.

A DENÚNCIA

O acusado, então com 57 anos, foi denunciado pelo Ministério Público por duplo homicídio culposo e lesão corporal em um dos passageiros do outro veículo envolvido na colisão.

“No processo não consta que as vítimas eram familiares do acusado. Só descobri isso em audiência, quando ele foi ouvido e começou a contar como tudo ocorreu”, explicou o magistrado. Ele afirmou que citou na sentença “A morte não é nada”, poema de Santo Agostinho, com a esperança de ajudar o então acusado a se perdoar e seguir em frente.

O ARREPENDIMENTO

“Ora, perder a própria mãe com 78 anos de idade e a esposa com 35 anos de convívio em evento automobilístico trágico é ter subtraída parte de sua própria existência, cuja dor não pode ser mensurada por um ato judicial”, consta em um trecho da sentença.

Em outro, completa ao afirmar que “O acusado, por consequência, conforme prova oral, acabou por ter depressão e ficou extremamente abalado. Ademais, a própria família e demais familiares tiveram compaixão e permaneceram apoiando L.B. em momento tão difícil por ele vivenciado.

A denúncia ocorreu ainda em 2012 e o processo tramitou por oito anos até ser sentenciado.

A MORTE NÃO É NADA

Santo Agostinho

“A morte não é nada.

Eu somente passei para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.

O que eu era para vocês,

eu continuarei sendo.

Me dêem o nome

que vocês sempre me deram,

falem comigo

como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo

no mundo das criaturas,

eu estou vivendo

no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene

ou triste, continuem a rir

daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.

Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado

como sempre foi,

sem ênfase de nenhum tipo.

Sem nenhum traço de sombra

ou tristeza.

A vida significa tudo

o que ela sempre significou,

o fio não foi cortado.

Porque eu estaria fora

de seus pensamentos,

agora que estou apenas fora

de suas vistas?

Eu não estou longe,

apenas estou

do outro lado do Caminho…

Você que aí ficou, siga em frente,

a vida continua, linda e bela

como sempre foi.”

Fonte: ilustrado.com.br

#santo #agostinho #perdão #judicial #juiz #morte #mãe #correioforense.com.br/novo

 

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Pessoa com visão monocular obtém isenção do IPI na aquisição de veículo
Trabalhador que passa por desvio de função tem direito à diferença de salário entre os cargos
Embargos de declaração não são meio para reabrir questões de prova