seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

‘Clube da propina’ pagou R$ 60 milhões a ex-diretor da Petrobras

Empreiteiras tinham esquema para vencer licitações da Petrobras pelo preço máximo

São Paulo – O cerco está se fechando. Depois de tomar os primeiros depoimentos de presos ligados às grandes empreiteiras acusadas no escândalo da Petrobras, e de colaboradores, a Polícia Federal descobriu uma espécie de clube para fraudar licitações na estatal. O cartel foi denunciado ao Ministério Público por Augusto Mendonça Neto, executivo da Toyo Setal, que não foi preso. Segundo ele, as empreiteiras se reuniam, decidiam quem ganharia a licitação pelo preço máximo e dividiam o lucro. Mendonça Neto diz que o clube pagou R$ 60 milhões ao ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, indicado pelo PT. Vinte e três dos 25 procurados estão presos.

As empresas acusadas tiveram R$ 720 milhões bloqueados por ordem do juiz Sérgio Moro. Ontem também foram negados pedidos de habeas corpus para seis detidos. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou que já há processos de delações premiadas em curso. Cardozo condenou a “politização das investigações” e afirmou que o governo dá autonomia à Polícia Federal. “As investigações prosseguirão, doa a quem doer”, disse.

Para fugir da exposição a que seria submetido caso fosse levado pelo avião da Polícia Federal, o vice-presidente da Mendes Junior, Sérgio Mendes, usou seu jato para ir a Curitiba, sede da operação da PF, e se entregar na madrugada de ontem. Já o ex-presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, fez um périplo por hotéis de luxo antes de se apresentar. O último estabelecimento em que esteve antes de se entregar foi o cinco estrelas Fasano, na Praia de Ipanema.

Já detidos na sede da polícia em Curitiba, os executivos tiveram que se contentar com um almoço bem mais simples do que estão acostumados: arroz, feijão e macarrão.

Ontem também se apresentaram à polícia o presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini, e o presidente do Conselho de Administração da empresa, José Ricardo Auler, que estavam foragidos.

Caciques do PMDB negam relação com Fernando Baiano

Foragido, acusado de operar esquema de propina envolvendo PMDB e empreiteiras, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, teria se exercitado na praia da Barra da Tijuca, na manhã de anteontem. Segundo seu advogado, Mário de Oliveira Filho, ao saber que era procurado pela Polícia Federal, Baiano pegou um avião rumo a São Paulo para articular os próximos passos. Filho não informou se seu cliente pretende se entregar nem quando o fará. Até o fim da edição desta reportagem, Baiano não havia se apresentado à PF. O advogado negou que seu cliente esteja na Europa, como peemedebistas chegaram a afirmar.

O lobista seria encarregado de intermediar esquema de propina envolvendo empresas que participavam do cartel e a diretoria Internacional da Petrobras, controlada pelo PMDB. O deputado <CW-24>Eduardo Cunha e o ex-governador Sérgio Cabral, citados na delação de Paulo Roberto Costa, negam relação. A assessoria do PMDB nega que o lobista tenha sido interlocutor do partido.

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Trabalhador que passa por desvio de função tem direito à diferença de salário entre os cargos
Embargos de declaração não são meio para reabrir questões de prova
Negada indenização a transexual que teria sido impedida de usar banheiro feminino