seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Laranja de diretor da Petrobras recebeu R$17 milhões de 16 fornecedoras da estatal

As provas da nova fase da operação Lava-Jato, deflagrada nesta sexta-feira (22) pela Polícia Federal e por uma força-tarefa do Ministério Público Federal, são devastadoras para o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e para as empreiteiras acusadas de pagar propina a ele. ÉPOCA obteve acesso exclusivo à íntegra dos documentos (confira trechos abaixo do material produzido pelo MPF). São relatórios da Receita Federal e do MPF. Neles, os investigadores devassam o sigilo fiscal das empresas de Paulo Roberto, de seus familiares e de laranjas associados a eles. Dos documentos, desfia-se uma teia de 18 empresas de “consultoria”, todas ligadas a Paulo Roberto. Elas receberam R$ 17,3 milhões de 13 empreiteiras – quatro delas ainda não haviam aparecido como suspeitas de integrar o esquema. Não são somente empreiteiras. Agora, surgem também entre as suspeitas uma empresa de lixo, outra de tecnologia e uma terceira de equipamentos, além de distribuidoras de combustível. Todas essas empresas ganharam contratos com a Petrobras até 2012, quando Paulo Roberto ainda era diretor da estatal.

Até agora, sabia-se que Paulo Roberto recebera R$ 7,5 milhões de quase duas dezenas de empreiteiras – além de guardar, ao menos, US$ 23 milhões em contas secretas na Suíça. Havia, ainda, as demais contas dele em paraísos fiscais e o dinheiro repassado pelo doleiro Alberto Youssef. Agora, o esquema parece não ter fim. Quanto mais a investigação avança, mais camadas aparecem – empresas de fachada, empreiteiras, laranjas e dinheiro sujo. Para obter ainda mais provas sobre o esquema de Paulo Roberto, os procuradores da força-tarefa pediram à Justiça Federal a busca por documentos em endereços ligados a ele. A PF cumpriu os mandados de busca e apreensão desta sexta-feira (22), no Rio de Janeiro. Vasculharam-se casas e escritórios das filhas e dos genros de Paulo Roberto. Os policiais também apreenderam documentos com o homem considerado o principal laranja dele: Marcelo Barboza Daniel. A operação de hoje tinha um objetivo secundário: fazer Paulo Roberto falar. Deu certo. Ele avisou que pretende contar o que sabe. Uma possível delação premiada deverá demorar, porém. As autoridades precisam se convencer de que Paulo Roberto entregará mesmo tudo o que sabe. E a Justiça terá de homologar o acordo.

Os procuradores da força-tarefa são contundentes.  “Há fortes indícios de que Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef atuaram em conjunto para beneficiar empresas, incluindo empreiteiras, em prejuízo da Petrobras, recebendo propina para tanto. A propina não era recebida diretamente, mas mediante empresas interpostas”, escrevem eles. “Identificaram-se outras empresas e pessoa física, contras as quais há indícios de que participaram do esquema de desvio e lavagem de bens oriundos da Petrobras e de outros bens públicos.”

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

havendo o reconhecimento do tráfico privilegiado, oferecimento do acordo de não persecução penal deve ser possibilitado
Caução locatícia gera preferência de recebimento sobre a expropriação do imóvel
TRT-MG reconhece fraude à execução e mantém penhora sobre imóvel que teria sido vendido à irmã do devedor