seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

PGR pede que Conselheiro do Tribunal de Contas seja afastado do cargo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o afastamento do conselheiro Fabio Camargo do Tribunal de Contas do Paraná (TC). A solicitação foi feita no inquérito 950, que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e investiga suposto tráfico de influência que teria sido praticado pelo pai de Fabio, desembargador Clayton Camargo, e contribuído para elegê-lo conselheiro. Na época da eleição, Clayton era presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ). O pedido da PGR será avaliado pela relatora do caso, ministra Eliana Calmon.

Fabio, que era deputado estadual, foi eleito no início do segundo semestre deste ano, num pleito disputado voto a voto contra o também parlamentar Plauto Miró (DEM), primeiro-secretário da Assembleia Legislativa. Pouco depois da eleição, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instaurou um Pedido de Providências para apurar a suspeita de que Clayton teria cometido tráfico de influência para ajudar a eleger o filho. Quase ao mesmo tempo, o STJ também abriu um inquérito para investigar o caso.

Entenda o caso

• Em 15 de julho, o então deputado estadual Fabio Camargo (PTB) é eleito pela Assembleia Legislativa como novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TC-PR). Ele recebeu o voto de 27 dos 54 deputados e venceu o também deputado Plauto Miró (DEM), tido anteriormente como favorito à vaga:

• O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abre investigação contra o pai de Camargo, o então presidente do Tribunal de Justiça (TJ-PR), Clayton Camargo, por tráfico de influência. A suspeita é de que o desembargador teria se utilizado do cargo para beneficiar o filho.

• O Órgão Especial do TJ-PR aprovou um repasse de 30% dos depósitos judiciais em poder do TJ para o caixa do governo estadual no mesmo dia em que Camargo tomou posse como conselheiro. Os repasses, apesar das dúvidas jurídicas sobre sua legalidade, seriam fundamentais para garantir o caixa do Executivo. O governador Beto Richa (PSDB) sempre negou qualquer relação entre os atos.

• Há dez dias, o pai de Fabio foi afastado cautelarmente do cargo de desembargador pelo CNJ. No julgamento, foi citado que há fortes indícios de irregularidade presentes em três inquéritos no STJ, um deles justamente por suposto crime de tráfico de influência.

Outro lado

Participação do pai na eleição foi de espectador e torcedor, disse Fabio

Procurado por telefone, o advogado de Fabio Camargo não atendeu às ligações da reportagem. Dias antes da eleição para o TC, ao comentar o suposto tráfico de influência, Camargo negou que seu pai interferisse, de qualquer maneira, em favor da sua candidatura. “Por óbvio, como o pai zeloso e presente que sempre foi, meu pai torce pelo meu sucesso, me incentivando a alcançá-lo. Assim foi em todas as eleições das quais participei. No entanto, de forma alguma, meu pai tem tido qualquer tipo de interferência para a escolha do próximo conselheiro do TC. A participação do meu pai na aludida eleição é de mero espectador e torcedor”, afirmou. Fabio dizia ainda que concorria ao cargo, sem “qualquer vantagem escusa” sobre os demais concorrentes.

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Pessoa com visão monocular obtém isenção do IPI na aquisição de veículo
Trabalhador que passa por desvio de função tem direito à diferença de salário entre os cargos
Embargos de declaração não são meio para reabrir questões de prova