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Governo corta salário de 493 por ganhos acima do teto

Em maio, 493 servidores do Executivo federal que tiveram ganhos acima do teto constitucional sofreram desconto nos vencimentos

Em maio, 493 servidores do Executivo federal que tiveram ganhos acima do teto constitucional sofreram desconto nos vencimentos, o chamado “abate-teto”. O corte resultou em economia, no mês, de R$ 1,9 milhão, segundo informações da Controladoria-Geral da União abertas após a nova Lei de Acesso à Informação. Os 493 servidores representam menos de 0,01% dos 569 mil cujos ganhos foram divulgados – esse total não inclui dos militares.

O teto foi instituído em 2003 e limita o vencimento dos servidores ao valor do salário dos ministros doSupremo Tribunal Federal (STF), de R$ 26,7 mil. Se um servidor é aposentado com salário bruto de R$ 20 mil e tem cargo comissionado que lhe dá direito a outros R$ 20 mil, por exemplo, um dos salários sofre a redução. Ficam fora do teto as chamadas verbas indenizatórias, recursos usados para despesas como alimentação e transporte, mas que podem ser usados para outros tipos de gasto.

Entre os que tiveram os maiores descontos estão três ministros que não receberam nada do Executivo: Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), Aldo Rebelo (Esportes) e Marcelo Crivella (Pesca). Isso porque são parlamentares e preferem receber pelo Congresso, que já paga o teto. Outros três, Jorge Hage (CGU), Marco Antonio Raupp (Ciência e Tecnologia) e Celso Amorim (Defesa), além do vice-presidente Michel Temer, também têm desconto elevado porque acumulam ganhos de outros cargos. O maior abatimento é o de Maria Vital da Rocha, procuradora da Fundação Nacional do Índio lotada na Advocacia-Geral da União. Seus vencimentos são de R$ 59,1 mil, o que levou a um corte de R$ 32,4 mil.

Tribunal Superior do Trabalho (TST), que paga salários para cerca de 2.000 servidores e ministros, fez pelo menos 65 pagamentos brutos acima de R$ 26,7 mil, o teto constitucional. Em nenhum caso reteve excedentes.

Isso porque boa parte dos vencimentos são acrescidos com indenizações, benefícios como 13º e gratificação de férias, que, por lei, não são contados para compor o teto. O maior gasto foi para uma servidora cuja remuneração é de R$ 6.700, mas recebeu R$ 91.858,51 graças a uma vantagem eventual de R$ 79 mil e outros benefícios.

No mês passado, 16 dos 25 ministros do TST receberam entre R$ 34 mil e R$ 58 mil em valores brutos. O presidente, José Orestes Dalazen, recebeu R$ 51.149,38 brutos. Questionada sobre como os ganhos chegaram a esses totais, a assessoria do TST disse que não haveria tempo hábil para responder. No STF, os 11 ministros receberam ao menos R$ 35 mil, pois, além do salário, ganharam um terço referente a férias. No TSE (Tribunal Superior Eleitoral), há quatro pagamentos acima de R$ 26,7 mil, todos para inativos ou pensionistas. O TSE informou que os ganhos extras são de férias e indenizações.

Alguns tribunais ainda apresentam dificuldades para o usuário acessar suas informações salariais. Em muitos casos, o arquivo não permite que os dados sejam manipulados em planilhas, o que dificulta saber quais são os valores máximos, mínimos e médio das folhas. Até o fim da tarde de terça, segundo o Conselho Nacional deJustiça, apenas 46 dos 90 tribunais tinham publicado em seus sites os salários de seus servidores.

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