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Juíza executada prendia PMs e tinha relações perigosas com policiais

Ela declarou que Poubel "defendia os colegas de farda".

Em depoimento no dia 25 de março de 2011, a juíza Patrícia Acioli, [url=http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/08/12/governo-do-rio-mobiliza-policia-para-esclarecer-assassinato-de-juiza-925119611.asp][color=windowtext; text-decoration: none; text-underline: none]assassinada na madrugada de sexta-feira quando chegava em casa, em Niterói[/color][/url] , contou à Corregedoria Interna da Polícia Militar que o principal motivo do fim do relacionamento com o cabo da PM Marcelo Poubel Araújo, com quem “viveu maritalmente” por cinco anos, foi a ingerência do militar nos processos que ela julgava sobre “autos de resistência” – execuções sumárias camufladas pelos policiais após troca de tiros. Ela declarou que Poubel “defendia os colegas de farda”.

O depoimento faz parte da sindicância aberta na 2ª Delegacia de Polícia Judiciária, subordinada à corregedoria, para apurar as suspeitas de agressão corporal, invasão de domicílio e ameaça de morte praticadas pelo cabo Poubel, no dia 2 de fevereiro, contra a juíza e o então namorado, o inspetor penitenciário Dayvid Eduardo Nunes Martins. Ele teria entrado na casa da juíza, em Piratininga, e surpreendido os dois no quarto.

A juíza disse à corregedoria que, apesar do fim do relacionamento em agosto de 2009 – eles teriam reatado este ano, segundo fontes do Tribunal de Justiça e amigos -, Poubel continuou amigo e mantido no gabinete da juíza, onde ia fardado e atuava como segurança informal.

[b]Juíza foi vista com ferimento[/b]

Patrícia negou as agressões, mas o subtenente Marcos Antônio Fernandes, que atendeu à ocorrência de Piratininga, declarou que encontrara a juíza na porta de casa “de cabelos molhados, sinal de que havia acabado de tomar banho, e com um corte no rosto, que ainda sangrava”. Ela não autorizou a revista na residência, e Poubel só se apresentou dias depois.

À sindicância, Patrícia disse apenas que Poubel era submetido, desde 2006, a tratamento psiquiátrico e psicológico, pois desenvolvera trauma após sofrer “profunda antipatia dos colegas de farda” no 7 BPM (São Gonçalo), onde era lotado. A origem desta hostilidade seria a atitude da juíza, como ela própria descreveu, ao condenar policias militares envolvidos com grupos de extermínio.

Porém, no mesmo depoimento, ela admitiu que Poubel passou a discordar das sentenças contra PMs.

Na madrugada de sexta-feira, pouco depois da execução da juíza, o cabo esteve no local do crime. Após gritar “Pati, estou aqui”, vaticinou:

– Agora, eu sou o bola da vez. Vão me pegar.

Poubel tinha uma mesa no gabinete da juíza, onde comparecia fardado. Não saía dali nem nas conversas mais reservadas e demonstrava intimidade ao abrir as gavetas de Patrícia, para pegar chaves e papéis.

Há cinco anos, o cabo foi baleado na Rodovia Niterói-Manilha, na altura do Bairro Boa Vista, enquanto pilotava uma moto Honda Twister. Dois homens, também de moto, mas sem placa, aproximaram-se e o atingiram no braço esquerdo.

Já o caso da agressão domiciliar só chegou ao conhecimento da polícia por iniciativa do inspetor penitenciário. No boletim de ocorrência 00364/0081/2011, da 81ª DP (Itaipu), Dayvid relata que Poubel, após invadir o quarto, tomar-lhe a arma durante briga corporal e obrigar o casal a ficar de joelhos, passou a agredi-los com socos e chutes, além de “puxões de cabelo” na juíza.

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