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Justiça decreta sigilo no mensalão do Detran

A juíza da 41ª Vara Criminal do Rio, Leila Santos Lopes, decretou segredo de Justiça na ação criminal sobre o mensalão do Detran. Na semana passada

A juíza da 41ª Vara Criminal do Rio, Leila Santos Lopes, decretou segredo de Justiça na ação criminal sobre o mensalão do Detran. Na semana passada, o Ministério Público denunciou seis pessoas, entre elas um ex-secretário de estado e uma alta funcionária do órgão, por formação de quadrilha e corrupção.
 
Eles são acusados de receber de uma empresa que presta ser viços ao Detran propinas mensais, em dinheiro vivo, de R$ 100 mil, entre os anos de 2004 e 2006.
 
De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça, a juíza determinou que a ação voltasse ao Ministério Público antes de aceitá-la. Se a ação for acolhida, os seis acusados pelos promotores se tornarão réus. Ainda segundo o Tribunal de Justiça, a juíza pediu que fossem esclarecidas as condutas de cada um dos acusados.
 
No relatório em que denunciam os acusa , o s promotores afirmam que a empresa Criativa Participações foi contratada fraudulentamente para prestar serviços de teleatendimento no Detran e passou a distribuir propina para funcionários. A propina era levada para o órgão por bombeiros que deveriam estar dando segurança ao ex-comandante da corporação, que coordenava o esquema.
 
Empresa já recebeu mais de R$ 120 milhões desde 2004 Mesmo investigada, a Criativa Participações continua prestando serviço ao órgão até hoje. E a funcionária do Detran foi promovida ao cargo de subsecretária de Segurança Pública em 2007, tendo ficado no posto até novembro passado. Entre 2004 e dezembro deste ano, a empresa já faturou mais de R$ 120 milhões em contratos com o governo estadual, de acordo com levantamento do deputado estadual Alessandro Molon (PT). Além do Detran, a Criativa presta serviços para a Cedae.
 
“Vamos pedir ao Tribunal de Contas do Estado que faça uma inspeção especial em todos os contratos com essa empresa”, afirmou o deputado, que já pediu uma CPI na Assembleia Legislativa do Rio para investigar contratos do Detran.
 
Os denunciados pelos promotores são o coronel do Corpo de Bombeiros Paulo Gomes, ex-secretário estadual de Defesa Civil; Suzy Avellar, ex-assessora de Planejamento do Detran; Carlos Alberto de Souza Villar, dono da Criativa; sua sócia, Célia Regina Batista da Silva Monteiro; e os bombeiros Laureano Barbosa da Costa e André de Oliveira Ferreira.
 
Os dois últimos prestavam segurança a Paulo Gomes.
 
Se os acusados forem condenados, as penas podem chegar a 15 anos de prisão.
 
Donos de empresa confessaram suborno
 
A investigação do mensalão do Detran começou em 2006, após o assassinato de um dos bombeiros que prestavam segurança para o coronel Paulo Gomes. Ele havia entrado na Justiça com uma reclamação trabalhista, informando que transportava dinheiro da Criativa para o Detran. Foi morto dias antes de uma audiência.
 
Sentindo-se ameaçado, um outro bombeiro decidiu denunciar o esquema ao MP. Foi feita uma investigação, que constatou, através de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a entrega de dinheiro no Detran. Os donos da Criativa, Célia e Carlos Alberto Villar, conhecido como Beto, foram prestar depoimento na delegacia. Lá, confessaram que levavam as malas de dinheiro para o órgão e as entregavam a Suzy Avellar.
 
Ela era então assessora do presidente do órgão, Hugo Leal, hoje deputado federal pelo PSC.
 
A assessoria de imprensa da Criativa entrou em contato com O GLOBO e disse que enviaria uma nota, o que não aconteceu até o fechamento da edição. A ex-assessora do órgão não retornou as ligações feitas pelo jornal na véspera.

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