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Farra das passagens detona crise no Congresso

Revelações sobre uso indevido de bilhetes pagos com dinheiro público envolvem quase meio Parlamento em abril, e obrigam parlamentares a mudar as regras do benefício

 
 
Celebridades como Adriane Galisteu, ministros, parentes. Em abril, Congresso em Foco mostrou como era fácil voar com as passagens da Câmara
 
As suspeitas de que parlamentares usavam indevidamente a cota de passagens aéreas da Câmara e do Senado decolaram de vez em abril, com a abertura da caixa-preta sobre o benefício. Estava no ar a primeira grande crise do Parlamento em 2009. Naquele mês, o Congresso em Foco começou a mostrar ao país que deputados e senadores de todos os partidos, líderes de bancada, ministros, ex-parlamentares, integrantes da Mesa Diretora, todos usavam como queriam passagens aéreas pagas com dinheiro público. As revelações prosseguiriam pelos dois meses seguintes.
 
Até artistas de TV e cantores gospel foram transportados com a cota parlamentar. Pelo menos 261 congressistas viajaram para o exterior. As revelações continuaram. Um único parlamentar usou 40 bilhetes para viagens internacionais, todas para fins particulares. A descoberta de que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, viajara com passagens custeadas pela Câmara abriu uma nova frente de apuração jornalística.
 
Gilmar apresentou extratos de cartão de crédito e comprovou ter pago os bilhetes. A revelação obrigou a Câmara a investigar o mercado paralelo de venda de créditos aéreos, com a participação de funcionários do Congresso, de agências de viagem e, segundo os indícios,parlamentares.
 
Forçada pelas revelações, a Mesa Diretora da Câmara tomou medidas para disciplinar o uso das passagens para o futuro. Alguns deputados devolveram o dinheiro gasto em viagens fora do exercício do mandato. Ao mesmo tempo, a cúpula do Congresso trabalhou para perdoar as irregularidades do passado. As viagens internacionais ficaram restritas na Câmara e proibidas no Senado. Proibidos também os voos a passeio e cujos passageiros são parentes dos
parlamentares.
 
Em virtude da quantidade de bilhetes emitidos para fins que não fossem o trabalho parlamentar, as duas Casas determinaram a redução da cota de passagens aéreas. Os deputados tiveram corte de 20% no valor mensal para a emissão de bilhetes, enquanto a redução na cota dos senadores chegou a 25%. A estimativa é de que as mudanças gerem uma economia de R$ 25 milhões aos cofres públicos por ano.

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