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Imprensa não aceita justificativa sobre agressão a jornalista

Órgãos de imprensa condenaram, nesta sexta-feira (16), a declaração do estudante de Direito Luiz Vidal Filho, sobre uma agressão ao jornalista Rafael Dias, do Diário de Pernambuco.

Órgãos de imprensa condenaram, nesta sexta-feira (16), a declaração do estudante de Direito Luiz Vidal Filho, sobre uma agressão ao jornalista Rafael Dias, do Diário de Pernambuco. No dia 28 de setembro, o repórter levou um murro no rosto na recepção da sede do Diários Associados em Pernambuco.
Em sua defesa, o universitário alegou que Dias se negou a fazer uma retratação por afirmar, em uma reportagem, que o pai de Vidal Filho, o vereador Luiz Vidal, teria morrido supostamente pelo mal da vaca louca. O estudante disse, ainda que foi recebido de forma sarcástica pelo jornalista – que o teria chamado de “judeuzinho”.
“Fiquei esperando por ele na recepção. Quando ele chegou me identifiquei e falei que queria uma retificação, mas o jornalista disse que escrevia o que queria e perguntou quem era eu para questioná-lo. Depois, disse que a matéria era aquela mesma e não iria mudar nada”, afirmou Vidal Filho em seu depoimento.
No entanto, testemunhas afirmaram que o repórter não insultou o estudante. “Cortei a boca, machuquei o nariz e quebrei um dente. Só não apanhei mais porque os seguranças conseguiram detê-lo na recepção. Ele queria subir atrás de mim. Em momento algum eu o xinguei ou insinuei agredi-lo”, declarou Rafael Dias.
Para Sérgio Murillo, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a alegação [de que Vidal Filho estava apenas de defendendo] não surpreende. “Eles inventaram uma justificativa para uma violência que não se justifica. Se por acaso tivesse havido essa ofensa moral, ela deveria ter sido denunciada de outra forma. Esse é um subterfúgio usado pelo responsável por essa agressão covarde e nós esperamos que a investigação não se deixe enganar por uma falsa alegação”, disse.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco declarou que “protesta e lamenta a postura do estudante que, em depoimento tentou inverter o ônus da responsabilidade da agressão, atribuindo à vítima – o jornalista Rafael Dias – a culpa pelo ataque, pois teria sido provocado pelo agredido. Nós, jornalistas, estamos acostumados com posturas como essa que foi apresentada por Luiz Vidal Filho, pois é comum a agressores tentarem justificar sua predisposição para a violência e sua atitude inconsequente apresentando-se como vítima. As testemunhas da agressão contrariam a versão do agressor. A violência – o soco aplicado no rosto de Rafael Dias – foi covarde por ser inesperada e sem chance de defesa, uma vez que o agredido tinha acabado de se apresentar ao agressor”.
Segundo o Diário de Pernambuco, Maurício Bezerra, um dos representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), disse que a entidade espera “celeridade das investigações para que tudo possa ser esclarecido”. O presidente da Associação de Imprensa de Pernambuco (AIP), Calazans Neto, afirmou que o ocorrido foi “uma tentativa de inversão da verdade (…) Naturalmente eles estão orientados pelos advogados. Nós que fazemos a AIP repudiamos toda e qualquer forma de cerceamento da imprensa”.
 

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