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Prefeito de Duque de Caxias proíbe parada gay no município

Em meio a plumas e paetês, silêncio e preconceito. O prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito, não autorizou, ontem, a realização da 4ª edição da Parada da Diversidade LGBT

Em meio a plumas e paetês, silêncio e preconceito. O prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito, não autorizou, ontem, a realização da 4ª edição da Parada da Diversidade LGBT ( Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) do município. Ele alegou ter “queixas do governo passado e cartas assinadas por pastores e pela Igreja Católica que condenam o evento e que há uma insatisfação da sociedade pela vinda de gente de fora”. “Digo e repito: não tenho nada contra o homossexualismo, mas contra eventos que apresentam um certo tipo de conduta que é contra os valores da família e que trazem problemas para a cidade”, declarou o prefeito. “Aconselhei que fizessem em um clube, não ao ar livre, mas eles não vieram a mim abrir diálogo”.
Diante de protestos dos organizadores — representantes dos grupos Arco-Íris e Pluralidade Diversidade (GPD) —, a prefeitura permitiu que um carro do trio elétrico ficasse concentrado por cerca de uma hora na Avenida Brigadeiro Lins e Silva, no Centro de Caxias. Mas a Parada Gay do município transformou-se em uma caminhada sem música e repleta de indignação. O Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, lutou pela liberação do evento.
“Estranho essa atitude. Muitos prefeitos não são adeptos do movimento homossexual, mas o autorizam por reconhecerem o direito de manifestação que as pessoas têm”, disse Minc, que completou: “A Lei 3406/2000 proíbe a discriminação e se Zito não permite a Parada Gay, mas autoriza um evento evangélico, por exemplo, pode ser enquadrado na legislação”.
O Secretário Municipal de Segurança Pública, Sérgio Patrizzi, justificou a proibição dizendo que “eventos ao ar livre, que reúnam mais de mil pessoas, necessitam de documentos que não foram apresentados pelos organizadores”. O Superintendente da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Cláudio Nascimento, defendeu: “O ofício foi enviado há dois meses, mas o prefeito não emitiu comunicado oficial sobre a proibição”. Ativistas, que, segundo organizadores, eram 50 mil, estenderam a bandeira do arco-íris, símbolo mundial do orgulho gay. E exclamaram:“Alô, prefeito, que papelão. Você vai ver, na próxima eleição”. A 14ª Parada do Orgulho LGBT do Rio, autorizada por Eduardo Paes, será dia 1º de novembro, em Copacabana.
Luta gay começou há 30 anos
Em 1978, o ativista político Harvey Milk foi silenciado por um assassinato. Sua batalha pelos direitos dos homossexuais na preconceituosa América da década de 70 foi única. Além de ter sido o primeiro político assumidamente gay eleito para um cargo público nos Estados Unidos, Milk tirou uma geração de dentro do armário e batalhou pela igualdade. Em São Francisco, emplacou lei que baniu a discriminação baseada na orientação sexual. Sua história é tão sublime que fez o galã machão Sean Penn levá-la às telas do cinema em 2008, em filme de mesmo nome, de Gus Van Sant, pelo qual ganhou um Oscar. Mais de 30 anos depois, o preconceito ainda silencia.

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