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Para o jornal Clarín, o governo está fazendo blitz de fiscais para intimidar grupo

O Grupo Clarín, um dos principais grupos de comunicação da Argentina, divulgou comunicado oficial no qual condena a blitz realizada nesta quinta-feira por agentes fiscais em seus prédios como o mais recente episódio de uma "escalada de ações agressivas e

O Grupo Clarín, um dos principais grupos de comunicação da Argentina, divulgou comunicado oficial no qual condena a blitz realizada nesta quinta-feira por agentes fiscais em seus prédios como o mais recente episódio de uma “escalada de ações agressivas e intimidatórias”.
A ação fiscal, que ampliou a tensão entre o governo de Cristina Kirchner e o grupo de mídia de oposição, não foi assumida pelo governo e nem pelo diretor da Administração Federal de Receitas Públicas (Afip, a Receita Federal argentina), Ricardo Echegaray, que declarou nesta quinta-feira que não sabia da operação e anunciou a demissão de dois responsáveis.
“Não podemos negar que a operação fazia parte de uma escalada de atos de agressão e intimidação registradas nos últimos tempos contra a mídia em geral e contra os jornalistas e gestores do [Grupo] Clarín, em particular”, diz o comunicado, divulgado no site da edição digital do jornal “Clarín”.
“Uma escalada que inclui campanhas de difamação, com cartazes em locais públicos, pichações e ataques a residências privadas de diretores do grupo, e uma série de atos administrativos abusivos e ilegais emanados de órgãos como o Ministério das Comunicações, o Comitê Federal de Radiodifusão (COMFER) e o Ministério do Comércio, entre outros”, acusa o grupo.
Classificada pelo jornal como uma forma de intimidação estatal, a operação aconteceu no dia em que o “Clarín” divulgou denúncia contra o Oncca (Escritório Nacional de Controle Comercial Agropecuário), também dirigido pelo chefe da receita, e marca mais um episódio de tensão entre o governo e a imprensa, que colocou em campos opostos a presidente argentina, Cristina Kirchner, e o Grupo Clarín, proprietário ainda dos jornais “Olé’ e “La Razon”, de emissoras de TV, rádio, provedores de internet e TVs a cabo.
Cerca de 200 autoridades fiscais inspecionaram os escritórios do “Clarín”, de clara oposição ao governo da presidente, Cristina Kirchner. Fiscais da receita também foram a outros prédios do Grupo Clarín e as casas de dez de diretores do jornal. A operação durou mais de três horas, disse o Gerente de Comunicações Externas do Grupo, Martín Etchevers.
Lei
O comunicado lembra que a ação ocorreu em meio ao debate político sobre a “controversa” Lei de Radiodifusão –discutida atualmente por diversas comissões da Câmara de Deputados.
O objetivo do governo é sancionar a nova lei de telecomunicações, que pretende revisar as regras que datam do período da última ditadura militar do país (1976-83), antes de 10 de dezembro, quando vai assumir o novo Congresso, escolhido em 28 de junho, em eleições nas quais o governo perdeu sua hegemonia na Câmara e no Senado.
O marido e antecessor da presidente, Néstor Kirchner, tem criticado publicamente a cobertura do “Clarín” sobre o governo, classificando-a de parcial, e descreve a empresa como um “monopólio”.
A oposição questiona diversos artigos do projeto e considera a iniciativa como parte de uma dura batalha entre o casal Kirchner e o poderoso grupo empresarial. O jornal, por sua vez, tem mantido uma cobertura crítica da proposta de reforma e da própria administração do país.
Até agora, ninguém assumiu o comando da operação. O chefe de gabinete argentino, Aníbal Fernández, afirmou nesta sexta-feira à rádio nacional que a blitz fiscal realizada na véspera contra o Grupo Clarín não foi ordenada pela Receita Federal argentina (Afip, na sigla em espanhol) e que a operação foi financiada por alguém que queria colocar o governo na posição de opressor.
Exagero
O Grupo Clarín critica ainda o exagero da blitz e diz que cerca de 10% dos cerca de 200 agentes que invadiram a redação do jornal seriam suficientes para a ação.
“As características particulares da operação demonstram que o procedimento realizado não se inscreve dentro dos esquemas normais do organismo”, diz o comunicado. “A evidente busca do espetáculo contrasta com o alcance do trabalho para o qual teria bastado 10% dos agentes deslocados.”
“Mas, apesar do atropelo, as companhias forneceram toda a informação solicitada”, diz o comunicado, que destaca ainda que o Grupo Clarín “é uma empresa pública, que tem ações na Bolsa, divulga todos os seus balanços e cumpre na totalidade suas obrigações fiscais e de previdência”.
 

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