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Sarney pretende diminuir o número de diretorias

Paralisado por uma crise institucional desde que assumiu a presidência do Senado em fevereiro deste ano, o senador José Sarney (PMDB-AP) prepara-se para o contra-ataque.

Paralisado por uma crise institucional desde que assumiu a presidência do Senado em fevereiro deste ano, o senador José Sarney (PMDB-AP) prepara-se para o contra-ataque. Em entrevista ao programa da TV Brasil, 3 a 1, que vai ao ar nesta quarta (2/9) às 22h, ele informou que reduzirá para sete o número de diretorias e mostrou disposição para enfrentar as resistências da burocracia da Casa.
“Sete diretores é a proposta que tem, existem as resistências e nós vamos fazer a reforma administrativa que me propus a fazer”. Já no segundo dia no exercício do cargo, que ocupa pela terceira vez, Sarney pediu à Fundação Getúlio Vargas (FGV) um estudo para enxugar o quadro funcional e conter os gastos excessivos. A decisão foi tomada como reação a uma série de denúncias de desmandos administrativos publicadas na imprensa, inclusive sobre a edição de atos secretos.
Na entrevista, Sarney ressaltou a avaliação já feita aos senadores, em discurso no plenário, de que a crise não é só responsabilidade dele. O parlamentar lembrou que o Senado convive há pelo menos dez anos com sucessivas crises que envolveram os ex-presidentes Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Renan Calheiros (PMDB-AL).
No meio dessas crises, o senador avalia que os servidores responsáveis pela administração aproveitaram-se e “ocuparam espaços vazios para crescer”. Como consequência veio o inchaço da máquina, um dos fatores que culminaram nas denúncias de irregularidades, inclusive com contratações, por ato secreto, de parentes – o que Sarney negou veementemente.
Ele não remete a paralisia da Casa, no entanto, somente a questões administrativas. Durante as gravações do 3 a 1, Sarney afirmou que o acirramento da disputa com o senador Tião Viana (PT-AC) criou “cicatrizes” no PT e no PSDB, o que inviabilizou qualquer possibilidade de negociação após a eleição de 2 de fevereiro. Outra parcela da crise, o peemedebista credita à antecipação da disputa presidencial de 2010.
“Eu comecei a ser visto não como um presidente do Senado, como das outras vezes tinha sido, mas como uma peça que sendo do PMDB, ligado ao presidente Lula, eu evitaria que o PMDB em qualquer circunstância pudesse deixar de ser aliado do presidente Lula.”
Especificamente sobre o PT, José Sarney afirmou que existem grupos que jamais o aceitaram como aliado do presidente Lula. Como consequência, responsabiliza os integrantes desses “grupos” como parte responsável pela situação em que se encontra a Casa. “[Eles] colaboraram até a última hora, nós assistimos a isso no desenrolar dessa crise.”
O ex-presidente da República e presidente do Senado por duas vezes destacou que em todo o processo de sucessão de Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) resistiu até o último momento a exercer o comando da Casa pela terceira vez. No programa, confessou-se arrependido por ter cedido aos apelos da bancada peemedebista, mas disse que como homem de partido não lhe restou outro caminho a tomar.
“Eu não queria de jeito nenhum me meter nisso e neguei muitas vezes e era com absoluta sinceridade”, enfatizou Sarney no programa da TV Brasil. Numa das reuniões da bancada peemedebista teriam lhe dado “o argumento-chave” de que a entrega do comando do Senado a Tião Viana, ou a qualquer outro candidato colocaria em risco planos de reeleição de 17 dos 20 senadores que pretendem concorrer à reeleição em 2010.
“Isso era importante para que o partido tivesse uma posição. Eu não poderia ser egoísta abandonando meus colegas naquele momento”, acrescentou José Sarney que acreditava numa reconciliação com os petistas e tucanos após sua eleição.
Apesar de ressentido pela série de denúncias atribuídas a ele, inclusive envolvendo familiares, que resultaram numa série de pedidos de abertura de investigações no Conselho de Ética, o senador considera que não há por que temer qualquer mancha em sua biografia política e pessoal. “Eu acho que isso é uma coisa que senti muito, senti profundamente, foi uma profunda injustiça que cometeram comigo. Eu não merecia isso e o povo brasileiro vai ver que eu não merecia.”

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