Um flanelinha foi parar na cadeia, no início da noite de sábado. Ousado, ele ameaçou e impediu que uma motorista saísse com o carro sem lhe dar dinheiro. O acusado ainda jogou uma pedra contra o veículo da vítima. O fato aconteceu pouco antes das 18 horas, no centro de Vila Velha.
A jornalista P.C., 36 anos, parou o carro nas proximidades de uma farmácia, na Avenida Jerônimo Monteiro. Ela permaneceu no veículo, enquanto a irmã entrou no estabelecimento para comprar medicamento. Ao perceber que a motorista sairia sem lhe dar dinheiro, o flanelinha – que não portava documentos e se identificou como Elias de Jesus Costa, 22 anos – ficou muito nervoso.
“Ele gesticulava e gritava: ‘e aí? Não vai me dar dinheiro, não? Nem R$ 1,00? Em seguida, ele foi para a frente do carro. Eu queria sair e não podia. Não satisfeito, ele sentou no capô e cruzou os braços. Peguei o celular e acionei a polícia”, contou a jornalista.
Enquanto a vítima falava com o Ciodes, Elias atravessou a rua e pegou uma pedra. Ele voltou para perto do carro e passou a ameaçar a motorista. “Permaneci com o carro ligado e a marcha engatada. Mas não saí com o carro porque a viatura já estava a caminho. Ele gritava, empurrava o carro e, por fim, jogou a pedra contra o veículo. Por pouco, não atingiu a lataria”, lembrou a jornalista.
Ao notar a chegada da RP-2029, Elias fugiu pela Rua Antônio Ataíde. Mas o cabo Márcio Teles e o sargento Sérgio Rogério conseguiram prender o flanelinha. “Ele faz isso com muita gente. Temos muitas reclamações. Eu mesmo já tinha conversado com ele várias vezes. Mas não tínhamos conseguido prendê-lo porque as vítimas não aguardavam a chegada da viatura e não registravam a ocorrência”, disse o sargento Rogério.
Elias foi levado para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vila Velha e autuado em flagrante por extorsão.
Depoimento de P.C., jornalista, 36, vítima do flanelinha
“Eu parei e permaneci no veículo. Não tinha que dar dinheiro nenhum a ele. Não discuti e não dei conversa a ele. Apenas fiz sinal de que não daria o dinheiro. Quando vi que ele entrou na frente do carro e sentou no capô, me impedindo de sair, achei um abuso e chamei a polícia. Outras testemunhas me contaram que ele costuma jogar pedras nos carros de quem não dá dinheiro. Um senhor me falou que ele chegou a ser detido três dias atrás. Mas acabou liberado e voltou para lá. Continuou fazendo a mesma coisa com outros motoristas. Ele me ameaçou, mas não conseguiu me intimidar. Não podemos viver à mercê de flanelinhas abusados. Espero que a prisão dele sirva de exemplo para outros que costumam agir da mesma forma.”