O Brasil pagará mais caro pela energia produzida pela hidrelétrica de Itaipu. O acordo, firmado recentemente entre o País e o Paraguai, no entanto, levanta dúvidas quanto às tarifas finais que serão cobradas nas contas de luz que chegam aos consumidores. Para discutir o acordo, será realizada uma audiência pública na Câmara dos Deputados.
Quem pediu o debate foi o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP). Para ele, a iniciativa do Governo poderá prejudicar os consumidores, com o aumento das tarifas. Os contribuintes, segundo o parlamentar, também serão afetados, já que terão de arcar com os repasses que o Brasil pretende fazer ao Paraguai.
“Ainda que o Governo diga que pode, de alguma forma, transferir a conta para o Tesouro, quer seja o usuário do serviço de energia, quer seja o contribuinte, alguém vai pagar essa conta”, afirmou Jardim, de acordo com a Agência Câmara.
Acordo pode sair caro para os consumidores
Segundo o acordado entre os dois países, o Brasil pagará uma compensação anual de US$ 360 milhões pela energia consumida da hidrelétrica. Hoje, esse valor é de US$ 120 milhões. Além disso, o Brasil ficou responsável por construir uma linha de transmissão, orçada em US$ 450 milhões.
Também será discutida durante a audiência a permissão concedida ao Paraguai para comercializar a energia excedente produzida pela hidrelétrica diretamente no Brasil, sem o intermédio da Eletrobrás.
Para Jardim, o mercado livre poderá sair ainda mais caro para os consumidores, já que o Paraguai se tornará um grande fornecedor. Com isso, este país é que decidirá o valor que o consumidor pagará pela energia.
A audiência ainda não tem data definida. Serão convidados os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, e de Relações Exteriores, Celso Amorim.
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