seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Consumidores voltam a comprar a prazo

Depois de passar seis meses evitando novas dívidas, o consumidor finalmente mostrou disposição para voltar a comprar a prazo.

Depois de passar seis meses evitando novas dívidas, o consumidor finalmente mostrou disposição para voltar a comprar a prazo. Em julho de 2009, a procura por crédito superou em 3,5% o índice registrado no mesmo mês de 2008, informa a Serasa Experian. Foi a primeira alta do indicador este ano.
“A economia brasileira dá sinais de recuperação, e o consumidor começa a perceber que o pior já passou”, afirma Luiz Rabi, gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian. “Quem tinha medo de perder o emprego em função da crise agora já se mostra mais confiante e, por isso, acredita que pode se comprometer com o pagamento de uma prestação nos próximos meses.”
A população de renda média é a mais disposta a se endividar. Entre os consumidores com salário entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, o crescimento da demanda por financiamentos em julho foi de 8,3% em relação ao mesmo período de 2008.
“Por outro lado, quem ganha menos pensa duas vezes antes de fazer uma dívida”, destaca Rabi. “Essas famílias não têm nenhuma reserva financeira. Portanto, elas sabem que qualquer mudança na economia tende a complicar bem mais o orçamento da casa e pode, em muitos casos, levar à inadimplência.”
Além do aumento da confiança na economia, outro fator que impulsionou a corrida pelo crédito foi a queda dos juros. De setembro de 2008 (quando a crise se agravou) para cá, a taxa básica de juros (Selic) passou de 13,75% para 8,75% ao ano, barateando os financiamentos.
Resultado: com prazos longos e juros mais baixos, o consumidor que antes da crise não conseguia fazer a prestação caber no bolso agora pode conseguir.
“Um dos critérios que bancos avaliam antes de conceder o crédito é o porcentual da renda que a prestação vai abocanhar. Em geral, não se permite que ultrapasse 25% ou 30% do salário”, explica Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). “Por isso, como o financiamento ficou mais barato e o consumidor pode pagar a dívida em muitas parcelas, o valor da prestação ficou menor e passou a caber no orçamento.”
Por isso, Solimeo avalia que este é um bom momento para se tomar um empréstimo. “As pessoas que querem financiar um bem encontram hoje condições muito atraentes no mercado de crédito, bem mais interessantes do que eram em 2008”, atesta Solimeo.
A maioria dos economistas do mercado financeiro não acredita que a Selic possa cair mais este ano. Mas mesmo que a taxa básica de juros se mantenha no patamar atual, o custo dos empréstimos ainda pode sofrer redução.
“É porque demora cerca de seis meses para que o mercado absorva totalmente os efeitos da redução da Selic”, explica o economista Tharcisio Souza Santos, coordenador do MBA da Fundação Álvares Penteado (Faap). “Isso deve ocorrer, portanto, em outubro.”
Mas, ainda que o crédito possa ficar mais barato, Santos também acredita que quem contratar um financiamento agora fará bom negócio. “Além de juros baratos, estamos num momento em que muitos produtos estão com preço reduzido (como automóveis e eletrodomésticos) em função da crise. Esses descontos não vão durar para sempre.”
Mas o crescimento da procura do crédito traz consigo a armadilha da inadimplência. “Quando a procura por financiamentos aumenta, os bancos também tendem a ser menos rigorosos na concessão de crédito e o consumidor que não se cuidar pode ficar endividado demais”, orienta o economista.
Portanto, mais do que aproveitar as condições que o mercado de crédito oferece e os preços baixos, o consumidor deve avaliar sua situação financeira e a capacidade que terá de honrar a dívida a longo prazo.
NA HORA DO EMPRÉSTIMO
Quem tem dívida cara (como cheque especial) e quer trocar por uma mais barata (ex: consignado) deve fazer um financiamento
Já quem quer o crédito para adquirir um produto, nunca deve fazer um financiamento cujas parcelas ultrapassem 30% de seus rendimentos
Neste caso, o primeiro passo é analisar se você precisa mesmo fazer a compra ou se pode guardar o dinheiro até que seja possível adquirir o bem à vista. Essa é uma boa opção em tempos de boa rentabilidade na Bolsa de Valores e na poupança
Mas se você quiser mesmo o financiamento, é bom verificar quantas dívidas já tem
Depois, liste quais são suas despesas básicas, analise se elas devem aumentar no futuro e calcule a fatia da sua renda que restará ao fim do mês
Do que sobrar, o ideal é não gastar a quantia toda com a prestação. Reserve pelo menos 10% para emergências, evitando ficar inadimplente caso algum imprevisto surja no caminho. Feito isso, a quantia restante pode ser destinada ao pagamento das prestações
Estude que tipo de crédito é o mais indicado para o seu caso. Há produtos, como automóveis, que possuem linhas de financiamento específicas. Mas se você for adquirir, por exemplo, uma geladeira, o melhor é optar pelo crédito consignado (se possível) ou por um empréstimo pessoal
Evite financiamentos das redes de varejo (que tendem a ser mais caros) e, se for parcelar no cartão de crédito, tente a todo custo não atrasar o pagamento das faturas porque os juros são altíssimos
Quem é correntista há mais tempo, deve pesquisar primeiro os juros oferecidos pelo seu próprio banco – clientes com bom histórico de pagamentos costumam ter condições especiais
Mas olhe também as tarifas cobradas pelas outras instituições. Os juros podem variar muito de um banco para outro
O prazo de pagamento deve ser o mais curto possível, para evitar acúmulo de juros. Mas tome cuidado para a prestação não ficar pesada demais.
 

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Trabalhador que passa por desvio de função tem direito à diferença de salário entre os cargos
Embargos de declaração não são meio para reabrir questões de prova
Negada indenização a transexual que teria sido impedida de usar banheiro feminino