seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Sarney vendeu em 2002 terreno comprado de negociante morto

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), vendeu em 2002 terras compradas um ano antes de um comerciante morto em 1996.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), vendeu em 2002 terras compradas um ano antes de um comerciante morto em 1996.
Afirmando ser “legítimo possuidor e proprietário”, Sarney negociou o terreno registrado no nome de seu ajudante de ordem Wanderley Ferreira de Azevedo. A área, de 33,88 hectares (equivalente a 33 campos de futebol), é parte do sítio São José do Pericumã, na divisa de Goiás com o Distrito Federal.
Segundo registros em cartório de Luziânia (GO) e São Paulo, localizados pela Folha, Wanderley comprou a fazenda em junho de 2001 de Antônio Joaquim de Araújo Mello.
Tonho Mello, como era conhecido na região, foi enterrado em em Luziânia, no dia 12 de dezembro de 1996. Sua morte está registrada em certidão de óbito na cidade goiana.
O negócio pode configurar a prática de crimes como falsidade ideológica e estelionato. Se uma investigação confirmar que o objetivo era fugir de impostos ou ocultar a origem dos recursos, os envolvidos podem responder também por sonegação e lavagem de dinheiro.
Tonho Mello já havia vendido para o senador, no início da década de 1980, outros três terrenos que compõem o Pericumã, cenário de tomada de decisões no período em que Sarney era presidente da República.
Todas as áreas foram incluídas por Sarney em um “compromisso de compra e venda” pelo qual ele negociou os 540 hectares do sítio Pericumã com a Divitex, empresa da qual é sócio. O negócio foi fechado por R$ 3 milhões em 2002.
O documento divide o sítio em 19 partes, entre elas a de 33,88 hectares registrada à época em nome de Wanderley.
Ele já teve cargo no Senado, entre julho de 1995 e fevereiro 1997. Nomeado por Sarney, ocupava vaga na gráfica. Depois, foi empregado na Presidência da República, na cota de assessores de ex-presidentes.
[b]Assessor diz que não vendeu área ao senador
[/b]
Procurado por meio da assessoria, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não respondeu aos questionamentos da Folha sobre a venda de um terreno que não estava no nome dele e foi comprado, por seu ajudante de ordens, Wanderley Ferreira de Azevedo, de um homem morto anos antes.
Sarney não esclareceu por que incluiu no compromisso de compra e venda do sítio Pericumã a área registrada em nome do assessor. Sempre resistente em falar sobre o negócio, alega ser “assunto da privacidade dele”.
Ontem, Wanderley não quis falar sobre o negócio firmado em 2001 com o comerciante morto cinco anos antes. Pediu para que a reportagem procurasse a assessoria de imprensa do presidente do Senado.

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Servidora que cobrava por quitação eleitoral é condenada por improbidade administrativa
Alienação mental decorrente de Alzheimer pode ser reconhecida para isenção de imposto de renda
Justiça define que valores até 40 salários-mínimos para sustento da família são impenhoráveis