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Gravações da Polícia Federal ligam Sarney a Agaciel e a atos secretos

Uma sequência de sete diálogos gravados pela Polícia Federal com autorização judicial revela a prática de nepotismo da família Sarney no Senado, informa o repórter Rodrigo Rangel.

Uma sequência de sete diálogos gravados pela Polícia Federal com autorização judicial revela a prática de nepotismo da família Sarney no Senado, informa o repórter Rodrigo Rangel. Além disso, eles ligam o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), ao ex-diretor-geral Agaciel Maia na prestação de favores. Numa das escutas, Fernando Sarney, filho do senador, diz à filha, Maria Beatriz, que mandou Agaciel reservar uma vaga para o namorado dela, Henrique Bernardes. Em conversa com Fernando, alvo da investigação, o próprio Sarney foi gravado. No diálogo, ele se compromete a falar com Agaciel para sacramentar a nomeação. Foram quatro dias de troca de telefonemas até o assunto ser dado como resolvido. O namorado da neta de Sarney foi nomeado oito dias depois, por ato secreto.
 
 
 
 
[b]Diálogo entre Sarney e seu filho
[i]Fernando Sarney – Pedi pro Agaciel segurar com ele. Agaciel está com os currículos (de um neto de Sarney e do namorado da neta, para vaga no Senado).
José Sarney – Tá bom. Então vou falar com ele.
Fernando Sarney – É só isso aí. É isso que eu queria. Que tu desse uma palavrinha com ele (Agaciel). Ele já tá sabendo, tá? Eu já… Se tu der resolve.[/i][b]Em conversa com o filho, alvo da investigação, Sarney caiu na
interceptação. Segundo a gravação, o senador se compromete a falar com Agaciel para sacramentar a nomeação. O namorado da neta foi nomeado oito dias depois, por ato secreto.
Segundo a PF, a mobilização da família começa na tarde de 30 de março de 2008, quando a neta do senador liga para o pai, indagando se não dava “pro Henrique (seu namorado) entrar na vaga”. Bernardo Brandão Cavalcanti Gomes, irmão de Bia por parte de mãe, acabara de pedir demissão do Senado, onde estava desde 2003. “Podemos trabalhar isso, sim”, respondeu Fernando à filha.
Já na primeira conversa, Fernando demonstra conhecer o caminho para efetivar a nomeação. “Amanhã de manhã cedo tu tem que me ligar, pra eu falar com Agaciel”, diz. Referia-se a Agaciel Maia, o então todo-poderoso diretor-geral do Senado, alçado ao posto em 1995 pelas mãos de José Sarney, em sua primeira passagem pela presidência da Casa.[b]Diálogo mostra zombaria de filho com benesses no Senado
Parte dos diálogos gravados pela Polícia Federal mostra que, em privado, integrantes da família Sarney faziam troça das benesses que tinham no Senado. Numa conversa com o pai, Fernando Sarney, o estudante João Fernando Michels Gonçalves Sarney admite que, embora estivesse pendurado na folha de pagamento do Senado como funcionário do gabinete de Epitácio Cafeteira (PTB-MA), não costumava aparecer para trabalhar.
Às gargalhadas, João conta ao pai que foi chamado por Cafeteira no gabinete para uma conversa. “Fui lá achando que era alguma coisa importante (…) e ele falou: ?Não, pô, eu só queria te ver?.”[b]Fernando agradece ao pai por TV
No telefonema ao filho Fernando, para tratar da nomeação do namorado da neta no Senado, o senador José Sarney (PMDB-AP) aproveita para dar uma boa notícia ao primogênito, encarregado de tocar os negócios da família. O senador diz a Fernando que tinha acabado de ser assinada, no Ministério das Comunicações, a outorga de mais uma repetidora da TV Mirante, a rede de televisão dos Sarney no Maranhão.
“Ontem foi assinado o negócio da TV de Estreito, a repetidora”, diz Sarney. Fernando primeiro comemora. “Beleza, ótimo! Isso é uma boa notícia”, diz o empresário. E, logo depois, agradece. “Ótima notícia, tá, paizão, obrigado.”[/b][/b][/b]
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