Acusado pela Polícia Federal de chefiar uma organização que tem “atuado como um câncer na estrutura do poder público”, Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), era quem determinava a partilha dos recursos recebidos, segundo relatório da PF e do Ministério Público que levou ao indiciamento, semana passada, do empresário, de sua mulher, Teresa Murad Sarney, e de outros empresários e sócios. No documento, de 2008, Fernando é acusado de usar seu motorista, Marco Bogéa, para “realizar pagamentos de suposta propina para a ‘equipe’”. Ele nega as acusações.
De acordo com a PF, a equipe chefiada por Fernando Sarney é formada por Silas Rondeau, exministro e integrante do Conselho administrativo da Petrobras; Astrogildo Quental, diretor financeiro da Eletrobrás; Ulisses Assad, diretor de engenharia da Valec; e mais dois antigos companheiros da turma de 78 da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Gianfranco Perasso e Flávio Barbosa Lima, donos das empresas “onde é canalizado o valor oriundo dos desvios de dinheiro obtidos pela organização criminosa”.
Numa das escutas telefônicas registradas no relatório do Ministério Público Federal, Fernando dá ordens a Gianfranco e Flávio Barbosa. Ele pede que os dois dividam os recursos recebidos e repassem parte para Silas, Astrogildo, Ulisses e familiares.