O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou os diretores da Petrobras em verdadeiros xeiques. Segundo documentos internos da estatal, os vencimentos dos executivos da empresa, nomeados para os cargos por indicação política, tiveram um aumento médio de 90% entre 2003 e 2007. Nesse período, a inflação acumulada foi de 28,16%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os papéis encaminhados pela empresa ao Ministério da Previdência e à Receita Federal mostram que os vencimentos — salários mais bônus — de cada um dos diretores fecharam 2007 em torno de R$ 710 mil, o que deu uma média mensal salarial de R$ 60 mil. Esse valor é bem maior que o dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (SRF), fixado como teto salarial do funcionalismo público pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
[b]Patrimônio ampliado
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Apartamentos no Alto Leblon, região nobre da Zona Sul do Rio de Janeiro, joias raras, obras de arte, e reserva de dólares americanos e carros importados passaram a fazer parte do patrimônio dos diretores da Petrobras. Documentos obtidos pelo Correio/Estado de Minas mostram que o patrimônio de alguns diretores praticamente duplicou nos últimos cinco anos. O valor total dos bens do diretor de Serviços, Renato de Souza Duque, saltou, por exemplo, de R$ 700 mil para 1,5 milhão, nesse período.