seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Comitê Multidisciplinar conclui que voto impresso seria um retrocesso no processo eleitoral

Durante a reunião com os parlamentares, o ministro Ayres Britto ressaltou a importância do debate entre a Justiça Eleitoral e o Congresso Nacional para o aperfeiçoamento constante do processo eleitoral.

O retorno do voto impresso seria um retrocesso no sistema brasileiro de votação eletrônica. Esta é uma das conclusões do relatório técnico entregue pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, a seis deputados federais, na manhã desta terça-feira (26).
Durante a reunião com os parlamentares, o ministro Ayres Britto ressaltou a importância do debate entre a Justiça Eleitoral e o Congresso Nacional para o aperfeiçoamento constante do processo eleitoral.
O relatório é uma análise profunda das propostas de modificação ao sistema eletrônico apresentadas pela Subcomissão Especial de Segurança do Voto Eletrônico da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados.
O documento foi elaborado por Comitê Multidisciplinar instituído pelo TSE, coordenado pelo secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal, Giuseppe Dutra Janino, e integrado pelos pesquisadores Amândio Ferreira Balcão Filho e Antônio Montes Filho e pelos professores Ricardo Dahab e Mamede Lima-Marques. Todos os membros do Comitê possuem conhecimentos qualificados em sistemas de segurança da informação e também sobre o processo de votação do sistema eleitoral brasileiro.
O relatório ressalta que a impressão do voto por si só não é garantia contra a fraude, porque isoladamente não elimina o risco de discrepância entre os dados impressos e o voto efetivamente armazenado no sistema de votação.
O voto impresso foi experimentado em 1996 e em 2002 tendo sido descartado devido ao aperfeiçoamento do processo eletrônico de votação. Conforme o Comitê Multidisciplinar, quando havia esse tipo de materialização do voto, houve problemas como atolamento de papel, provocando atrasos. Os especialistas lembraram que os sistemas eletro-mecânicos são mais suscetíveis a falhas que os exclusivamente eletrônicos.
“Reintroduzir tecnologias abandonadas não é a melhor solução; é preciso adotar mecanismos que de fato mitiguem os riscos e aumentem a credibilidade do sistema de votação.”
De acordo com o relatório, o uso da criptografia e de mecanismos sofisticados tecnologicamente que garantem a segurança da votação eletrônica, como a assinatura digital dos programas, ainda não são bem assimilados pelos eleitores, candidatos e público em geral, o que pode levar à falsa idéia de que só com a impressão do voto é que se poderia proibir ou identificar possíveis fraudes na votação.
O documento lembra que o TSE dispõe de salvaguardas de segurança, como votação paralela, auditoria da votação paralela, publicação de boletins de urna na internet e lacração das urnas pós-eleições.
Participaram do encontro os deputados federais Geraldo Magela (PT-DF), presidente da Subcomissão, Janete Capiberibe (PSB-AP), João Almeida (PSB-BA), Gerson Perez (PP-PA), Moreira Mendes (PPS-RO) e Luiz Couto (PTB-PB).
[b]
Sugestões
[/b]
Além de analisar as propostas da Subcomissão, o Comitê Interdisciplinar apresentou sugestões com o objetivo de aumentar ainda mais a transparência e a credibilidade do sistema eletrônico de votação.
Entre as sugestões estão instalar uma comissão pública e permanente de acompanhamento, de caráter técnico, composta por membros da comunidade científica e criar um portal na internet dedicado ao processo eleitoral, para estreitar a comunicação com os eleitores e difundir informação especializada para os partidos políticos.

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Filha de Testemunha de Jeová que recebeu transfusão sanguínea contra vontade será indenizada
Apelação para revogar gratuidade de justiça autoriza interposição de recurso adesivo
TJ-SP absolve réus que foram condenados apenas com base em confissão extrajudicial