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Ex-governador do Espirito Santo é condenado a nove anos de prisão

O ex-governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira, foi sentenciado a nove anos de prisão por desvio de dinheiro de um projeto social destinado a distribuir sopa a famílias carentes.

O ex-governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira, foi sentenciado a nove anos de prisão por desvio de dinheiro de um projeto social destinado a distribuir sopa a famílias carentes. Ignácio, hoje sem partido, foi condenado por formação de quadrilha, apropriação indébita e lavagem de dinheiro.
Por causa da demora no julgamento da ação, o ex-governador, que completou 70 anos hoje, pode acabar absolvido em instâncias superiores. O processo passou oito anos na Justiça.  Na mesma ação, também foram condenados a mulher de José Ignácio, Maria Helena Ferreira, funcionária de carreira do Senado, e o ex-ministro Aníbal Teixeira, que comandou a pasta do Planejamento no governo José Sarney.
No Espírito Santo, Teixeira foi um dos responsáveis por implantar o controverso projeto social que deu origem à condenação. O processo, movido pelo Ministério Público, gira em torno da construção de uma fábrica de sopa com dinheiro arrecadado com empresários que, em troca, recebiam benefícios fiscais do governo estadual. Segundo a acusação, o dinheiro que deveria ir para o projeto era desviado para um caixa dois destinado a pagar despesas pessoais e de campanha de José Ignácio.
Ex-senador e ex-presidente da Telebrás, Ignácio governou o Espírito Santo entre 1999 e 2002. Seu governo foi marcado por denúncias de corrupção. À época, o escândalo da sopa virou até tema de música em protestos de rua. O ex-governador disse que recorrerá da decisão da Justiça de primeira instância do Espírito Santo. “O dinheiro era privado”, afirmou.
Por lei, quando o réu tem mais de 70 anos na data da sentença, os prazos de prescrição são reduzidos. Ignácio completou 70 anos hoje. A sentença foi assinada na sexta-feira (15). Para o juiz do caso, Willian Silva, vale a data da decisão. Mas Ignácio, de olho na brecha da lei, vai argumentar que vale a data da publicação da sentença – nesse caso, ele seria beneficiado pela prescrição.
A decisão ficará a cargo das instâncias superiores.  A condenação pode fazer com que a ex-primeira-dama Maria Helena Ferreira perca o emprego no Senado. No governo do marido, como secretária de Ação Social, ela era a responsável pelo projeto da fábrica de sopa.
Maria Helena teve uma pena maior que a do marido: 13 anos de prisão. Condenada por corrupção, até pouco tempo ela estava lotada, ironicamente, na extinta Secretaria de Fiscalização e Controle do Senado – encarregada de fiscalizar as prestações de contas da verba indenizatória paga aos senadores.
José Ignácio, que ainda responde a outros processos, se comparou à governadora gaúcha Yeda Crusius (PSDB), alvo de denúncias de corrupção. “Acho que agora é a Yeda que está vivendo seu inferno astral, um drama que, na minha opinião, é imerecido”, afirmou. O ex-governador disse não se arrepender de nada. “Rigorosamente, não tem um fato que me faça sentir com a consciência presa”. Ignácio poderá recorrer da sentença em liberdade.

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