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Dinheiro do Fundo Partidário para quitar dívida do mensalão

De tempos em tempos, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza sai das sombras. Sempre como personagem de escândalos. Foi assim no mensalão, quando se revelou como o grande artífice da compra de votos para o governo Lula no Congresso Nacional.

De tempos em tempos, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza sai das sombras. Sempre como personagem de escândalos. Foi assim no mensalão, quando se revelou como o grande artífice da compra de votos para o governo Lula no Congresso Nacional. Em 1998, ele foi pivô do valerioduto tucano, o esquema de distribuição de dinheiro a aliados do PSDB em Minas Gerais. No ano passado, foi preso pela Polícia Federal, acusado de forjar denúncias contra dois fiscais da Receita de São Paulo. Passou 98 dias na cadeia.

A mais nova história que envolve Marcos Valério é ele mesmo quem conta. É uma história estranha e obscura. Valério afirma ter sido agredido e espancado na prisão. Ele exibe dentes quebrados, hematomas e cicatrizes que sugerem dor e violência. O empresário mineiro – que faz questão de apresentar-se como arquivo vivo de negociatas tanto do PT quanto do PSDB – atribui a agressão justamente a seus antigos aliados da política. Sem citar nomes, aponta para os petistas. Diz que gente do PT teria encomendado a agressão para intimidá-lo.

Na versão de Valério, a surra aconteceu no período em que ficou detido no presídio de Tremembé, em São Paulo. Valério diz que quatro presos invadiram a cela 101, onde ele estava, e começaram a agredi-lo com socos e golpes de barras de ferro. Valério afirma que os presos queriam um DVD, supostamente gravado durante o escândalo do mensalão, com detalhes ainda desconhecidos do esquema.

O cotidiano de Valério é cercado de episódios obscuros, mas algumas verdades estão estabelecidas. Pelo menos uma vez, ele já conseguiu pôr dinheiro no bolso. ÉPOCA teve acesso a um acordo, assinado em março do ano passado, em que o PT se comprometeu a lhe pagar R$ 400 mil. O dinheiro, diz o acordo, se destina a ressarcir Valério pelos empréstimos que ele afirma ter obtido nos cofres do banco BMG, ainda nos tempos do mensalão, em nome do PT. Sem poder movimentar conta bancária, Valério diz ter recebido os recursos numa conta em nome da filha. Pelos termos, o PT aceita pagar R$ 400 mil em dez parcelas, condicionando o pagamento ao recebimento de dinheiro público, por meio do fundo partidário. É mais um dado misterioso: o partido que institucionalizou o caixa dois com o nome de “recursos não contabilizados” agora usa o fundo partidário para acertar as contas do mensalão.

 

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