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PF prende em São Paulo 32 suspeitos de tráfico no aeroporto de Cumbica

Policiais federais prenderam na manhã de ontem 32 pessoas suspeitas de tráfico internacional de drogas em São Paulo.

 
Policiais federais prenderam na manhã de ontem 32 pessoas suspeitas de tráfico internacional de drogas em São Paulo. Apontados como integrantes de quatro diferentes quadrilhas, os detidos usavam o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica (Guarulhos, Região Metropolitana), como saída para grandes quantidades de cocaína, afirma o Departamento dePolícia Federal (PF).
Entre os presos estão dois policiais civis, uma servidora da Receita Federal e um funcionário da Infraero (estatal que administra os aeroportos). As investigações que levaram às prisões começaram no final de 2007, quando a polícia da África do Sul apreendeu uma remessa de cocaína procedente do Brasil.
Durante a investigação, agentes da PF prenderam outras 26 pessoas, incluindo outros dois policiais civis, que não tiveram os nomes revelados. Também são apontados como envolvidos no esquema funcionários de companhias aéreas, profissionaisterceirizados da Infraero e nigerianos. “Eles seriam os donos das drogas”, disse o procurador Vicente Mandetta. O Ministério Público Federal auxiliou as investigações.
O esquema de três das quatro quadrilhas era semelhante, de acordo com as investigações. A droga era acondicionada em malas, que eram entregues a funcionários do aeroporto. Essas pessoas, conscientes do conteúdo da bagagem, faziam com que as malas fossem transportadas em veículos do próprio aeroporto e, com isso, não passava pela fiscalização rotineira. As malas recheadas com a cocaína eram, então, levadas até contêineres onde são deixadas as bagagens. De lá, eram transportadas até os aviões, que seguiam para a Europa ou África.
Com este esquema, as quadrilhas conseguiam enviar, em média, 50 quilos de cocaína por remessa -a periodicidade do envio, no entanto, não era regular. A PF não revelou quanto lucrava cada grupo. Uma estimativa divulgada pelo procurador, no entanto, aponta que os valores seriam altos. “O quilo da cocaína vale 40 mil euros na Europa”, afirmou.
Desta forma, até membros do grupo com tarefas menores recebiam grandes somas de dinheiro. “Só para empurrar a droga para dentro do avião, o funcionário recebia R$ 5.000”, disse Mandetta.
Uma outra quadrilha, que também atuava no aeroporto, usava o serviço de mulas (como são chamadas as pessoas que transportam as drogas). A Polícia Federal informou que apreendeu 540 kg de cocaína no período de investigações.
Para a operação de ontem, chamada “Carga Pesada”, foram expedidos 35 mandados de busca e outros 35 de prisão -dos quais 32 foram cumpridos. Os presos devem responder por tráfico internacional, formação de quadrilha e, integrantes de um dos grupos, também por furto de bebidas alcoólicas. A polícia não descarta a participação de outras pessoas no esquema.
Os dois policiais civis presos ontem deverão responder por concussão (extorsão praticada por funcionário público). A dupla foi flagrada quando tentava extorquir dinheiro de traficantes investigados, afirma a PF. De acordo com o procurador, um dos policiais presos durante a investigação também é acusado de extorsão; outro atuava diretamente no tráfico. A PF não divulgou os nomes dos suspeitos. Ontem, na Superintendência da PF em São Paulo, não havia nenhum advogado dos presos para falar sobre a operação.
As malas entravam nos aviões rumo a países como Inglaterra, Holanda, Espanha e África do Sul sem passar por aparelhos de Raio-X e eram levadas diretamente para as aeronaves. Funcionários de pista do aeroporto, que embarcavam a mala, chegavam a receber R$ 5 mil por remessa colocada em avião. O pagamento da propina era feito no Brasil por um grupo de nigerianos. A cocaína chegava ao aeroporto de Guarulhos vinda do Mato Grosso do Sul.

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