O promotor do TPI (Tribunal Penal Internacional), o argentino Luis Moreno Ocampo, afirmou que analisa iniciar uma investigação sobre Israel por crimes de guerra após a morte de mais de 1.400 palestinos na Faixa de Gaza durante a ofensiva militar israelense, realizada entre dezembro e janeiro.
Em entrevista publicada neste domingo no jornal argentino “Perfil”, Moreno Ocampo disse que ainda não decidiu se realizará a investigação, mas ressaltou que “há a possibilidade” de que isso ocorra.
“Estamos avaliando o tema. Estamos em uma etapa de análise”, afirmou.
O promotor do TPI, responsável pelo processo que culminou com a ordem de detenção do presidente do Sudão, Omar al-Bashir, nesta quarta-feira, afirmou que analisa as denúncias entregues por Ali Khasan, ministro da Justiça da ANP (Autoridade Nacional Palestina).
[b]Fósforo branco
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Ele acusa Israel de ter usado fósforo branco em zonas altamente povoadas por civis na operação militar realizada entre dezembro e janeiro em Gaza.
“Levará muito tempo, mas estudarei toda a documentação e tomarei uma decisão que se ajuste à lei”, ressaltou o promotor, que disse que aguarda relatórios da Liga Árabe e da Anistia Internacional sobre a questão.
Desde dezembro de 2008, quando Israel invadiu a Faixa de Gaza, o TPI recebeu mais de 200 apresentações que solicitavam a intervenção do tribunal.
Como o TPI não podia intervir, pois não tem jurisprudência sobre Israel, que não assinou o tratado que criou a Corte, Moreno Ocampo analisa a forma de lidar com o caso através das leis palestinas.