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Costureiro confessa assassinato de traficante de 13 anos

Interrogado pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, o cortador de roupas Israel de Souza Machado, de 19 anos, admitiu ter matado a tiros Ivanildo Ferreira de Oliveira, de 13 anos

Interrogado pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, o cortador de roupas Israel de Souza Machado, de 19 anos, admitiu ter matado a tiros Ivanildo Ferreira de Oliveira, de 13 anos, por volta das 20h30 de 23 de novembro do ano passado, no Setor Criméia Oeste. Ele disse que a vítima era traficante de drogas e lhe vendera 10 gramas de crack de 200 reais, dando-lhe um prazo para pagar. Como a dívida não foi quitada, Israel procurou por Ivanildo dias depois e o avisou que o mataria caso não recebesse a quantia. Sem dinheiro, e com medo, o costureiro disse que executou a vítima na primeira vez que a viu logo após a ameaça, pois temia que o garoto cumprisse a ameaça.
Israel afirmou que usou crack “umas quatro vezes”. Dizendo que tanto o pai quanto a mãe da vítima também eram traficantes de drogas, e inclusive estavam presos na época do crime, Israel afirmou que comprou a droga de Ivanildo algumas vezes. Questionado sobre o revólver usado no crime, disse que lhe pertencia e que admira armas. Afirmou que Ivanildo era “metido a valentão, muito galudinho e chegava a bater na mãe e nas irmãs”, motivo pelo qual ficou com medo de que o garoto de fato cumprisse a ameaça. “Passei a andar com o revólver e a ficar apavorado e a beber muito, uma vez que não conseguia juntar o dinheiro para pagar Ivanildo.
Ainda em seu relato, Israel disse que no dia do fato já havia bebido cervejas e estava com o revólver quando avistou a vítima. “Era noite, mas vi o reconhecido de longe porque ele tinha o cabelo meio amarelado”, contou, admitindo ter atirado imediatamente no menino, sem qualquer discussão, e fugido do local em seguida.
Também foram ouvidas as declarações do pai da vítima, Vanilde Ferreira de Oliveira, que admitiu que estava preso na época do crime, assim como sua mulher, mas negou ser traficante. Afirmou, contudo, que “nada disso teria acontecido” se não estivesse preso. Menor de idade, a namorada do acusado também foi ouvida e disse que a vítima era conhecida no bairro por traficar drogas, observando que o garoto tinha fama de violento, também era usuário de drogas e chegou a vendê-las para a mãe dela, que morreu em maio do ano passado, atropelada. “Todo mundo sabia que ele traficava, mas a polícia não o prendia porque ele só tinha 13 anos”, ressaltou.
[b]Depoimento[/b]
Mãe do acusado, a empresária Jane Célia da Rocha Ribeiro disse que seu filho era uma pessoa calma, mas que tinha mudado o comportamento no mês que antecedeu o crime, o que a fez desconfiar de seu envolvimento com drogas. Ela afirmou, contudo, não ter ficado sabendo da ameaça sofrida por Israel, embora tenha reconhecido que seu filho chegou a lhe pedir 200 reais para pagar uma dívida. “Eu não tinha na ocasião mas falei para ele que daria um jeito na semana seguinte. Mas não deu tempo”, lamentou. Ela garantiu que o acusado é trabalhador e recebia cerca de R$ 1 mil trabalhando como cortador de roupas na confecção dela. “Que eu sabia, meu filho gasta o dinheiro dele com roupas, sapatos e passeios, como qualquer jovem de sua idade”.
Proprietária de um bar no bairro, Daiana Divina da Silva Souza disse que o envolvimento da vítima no tráfico de drogas era fato bastante comentado no local e também em seu estabelecimento. Ela afirmou que no dia anterior ao crime Israel esteve no bar e se mostrou “irrequieto e bebendo muito”. Estranhando o comportamento do rapaz, que segundo ela não costumava beber muita cerveja, perguntou-lhe o que estava acontecendo, ao que ele respondeu de forma evasiva, dizendo apenas que estava angustiado com uma dívida que não conseguia pagar.
Também foram ouvidos o namorado da mãe do acusado, Gilberto Rosas de Jesus e dois amigos dele, Marino Francisco dos Santos e Vitor Rodolfo Aires dos Santos, que não trouxeram detalhes ao caso. Apesar da discordância do Ministério Público (MP), Jesseir Coelho acatou pedido da defesa para que seja realizado exame de insanidade mental em Israel. Somente após será dada seqüência à audiência.

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