seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Nepotismo é pior que alcoolismo, diz eleitor em pesquisa

Curitiba - Na hora de escolher seu voto para prefeito, o eleitor curitibano se diz mais intolerante quanto à prática do nepotismo do que em relação a temas tidos como tabus, a exemplo do alcoolismo, da infidelidade conjugal ou até mesmo do uso de maconha. Em um levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, mais de 90% dos entrevistados declararam que não votariam em um concorrente que emprega parentes na sua gestão.

Curitiba – Na hora de escolher seu voto para prefeito, o eleitor curitibano se diz mais intolerante quanto à prática do nepotismo do que em relação a temas tidos como tabus, a exemplo do alcoolismo, da infidelidade conjugal ou até mesmo do uso de maconha. Em um levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, mais de 90% dos entrevistados declararam que não votariam em um concorrente que emprega parentes na sua gestão.

O auto índice de rejeição apontado pela pesquisa é, segundo a professora do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Luciana Veiga, facilmente compreensível, já que o assunto está, atualmente, em pauta na sociedade. “O tema está na agenda política, tem mais visibilidade, inclusive na mídia”, justifica. A cientista política afirma que os números mostram a intolerância da população quanto ao tema, o que não significa, porém, que ela irá se reverter em resultados concretos no dia da eleição. “Existe o normativo e o efetivo, o que se diz e o que faz, e o eleitorado transita entre esses dois níveis o tempo todo. Mas a consciência, por si só, de que o nepotismo é reprovável já mostra um avanço”, comemora.

Se em relação ao nepotismo o resultado da pesquisa pode ser considerado positivo, quanto aos outros temas percebe-se um certo grau de conservadorismo e até mesmo de preconceito entre os eleitores curitibanos, conforme apontam os especialistas.

Essa incoerência entre o que o eleitor tem como reprovável e se isso é realmente suficiente para barrar seu voto pode, inclusive, pode ser vislumbrada no pleito de Curitiba. O prefeito e candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB), aparece em todas as pesquisas de intenção de votos com ampla vantagem sobre os concorrentes, apesar de ter mantido durante o seu mandato o irmão e a mulher em cargos comissionados. À diferença entre o “dizer” e o “fazer” o psicanalista e mestre em psicologia Márcio Zanardini Vegas atribui o que a psicologia chama de dissonância cognitiva. “Há uma incoerência entre pensamento e atitude, o que se tende a minimizar com justificativas do tipo ‘nesse caso é aceitável por que a pessoa é competente’, ou outras razões”, explica.

Para a professora de marketing político do Departamento de Comunicação da UFPR, Luciana Panke, há outra explicação possível para a incoerência. “Muitos eleitores não se dão conta de que o seu candidato teve tal atitude. Será que o eleitor sabe? Muitas vezes nem tem conhecimento, é uma questão de informação”, diz, sem, entretanto, refutar a possibilidade indicada pelo psicanalista, principalmente porqueno processo eleitoral há, segundo ela, uma carga emocional muito grande envolvida. “A estratégia de persuassão é emocional”, afirma.

Além disso, Panke aponta outro fator para explicar o fato de o nepotismo estar “na cabeça” da lista, esse considerado por ela como positivo: o fato de ser, dentre os temas abordados, o que mais tem relação com a administração pública propriamente dita. “O eleitor, de certa forma, tem essa consciência, que isso afeta a realidade política de forma direta, diferentemente do que um candidato que se declara infiel, o que em nada influenciaria sua atividade.”
 

A Justiça do Direito Online

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Justiça absolve empresário de crime tributário por ausência de dolo
Pendência de trânsito em julgado impede detração de pena, decide TJ-SP
Juiz de São Paulo será investigado por descumprir ordem do STJ