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MPF denuncia chantageador de autoridades públicas e políticos nordestinos

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, perante à Justiça Federal da Paraíba, Alexandre Magero Araújo pelo crime de denunciação caluniosa e por quatro crimes de tentativa de extorsão.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, perante à Justiça Federal da Paraíba, Alexandre Magero Araújo pelo crime de denunciação caluniosa e por quatro crimes de tentativa de extorsão. Em outubro de 2002, ele prestou depoimento na Procuradoria da República na Paraíba (PR/PB) no qual acusou uma série de políticos nordestinos, entre eles Cássio Cunha Lima e Wilma de Faria, então candidatos ao Governo dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, respectivamente, de fazerem parte de um milionário esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

O depoimento de Alexandre Mageiro deu causa ao início de uma investigação por parte do MPF e à instauração de um inquérito pela Polícia Federal. A denúncia, ajuizada na última sexta-feira (19), é assinada pelo procurador da República Kleber Martins de Araújo e, se condenado, Alexandre Magero poderá passar bem mais que dez anos na prisão. Apesar do caráter sigiloso do depoimento e da investigação, a Revista Istoé nº 1730, de 27 de novembro de 2002, publicou uma extensa reportagem sobre o caso, chamando-o de “Lavanderia Nordeste”, que foi, inclusive, a reportagem de capa do periódico.

No final das investigações criminais, descobriu-se que Alexandre Magero havia inventado tal estória com o objetivo de chantagear as pessoas que denunciou. Soube-se que ele, por exemplo, dias antes do depoimento, havia enviado uma série de e-mails ao então coordenador da campanha de Cássio Cunha Lima, nos quais dizia falsamente que faria parte de um grupo político opositor que estaria montando um dossiê para destruir sua candidatura ao Governo do Estado. Nesse dossiê, segundo as ameaças de Alexandre Magero, existiriam provas forjadas para envolver o referido candidato em crimes de pedofilia. Para não levar a suposta conspiração adiante, Alexandre Magero exigia que fossem depositadas quantias em dinheiro na sua conta bancária. Como não houve o pagamento das quantias exigidas, o denunciado prestou o explosivo depoimento à PR/PB e teria sido o responsável pela divulgação do mesmo à própria imprensa, sendo que, em ambas as oportunidades, substituiu a estória da pedofilia pela dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Apurou-se, ainda, que Alexandre Magero, mesmo depois do estrago causado, procurou novamente o coordenador de campanha do governador Cássio Cunha Lima, exigindo novamente quantias em dinheiro, sendo que, dessa feita, para desmentir o que havia dito e para que não retomasse o plano de divulgação do dossiê acerca do fantasioso crime de pedofilia. Malgrado a gravidade das denúncias caluniosas que ameaçava propalar, não houve o pagamento de qualquer quantia a Alexandre Magero.

Golpe habitual

Durante as investigações, descobriu-se também que o denunciado já havia tentado aplicar o mesmo golpe em várias outras pessoas, valendo-se sempre de expedientes semelhantes, que se iniciavam com o envio de um e-mail ou telefonema a alguém. Em algumas vezes, dizia ele ser integrante de um grupo criminoso que estaria arquitetando um plano para prejudicar a vítima, e que, se esta lhe pagasse determinada quantia, ele daria um jeito de barrar a continuidade do plano.

Em outras ocasiões, dizia ele ser um investigador de polícia que estaria investigando um parente da pessoa por um determinado crime, e que, caso recebesse certo montante, daria um jeito de excluir o nome da pessoa da investigação. Alexandre Magero chegou ao cúmulo de tentar enganar um procurador da República em São Paulo e o FBI (Federal Bureau of Investigation, equivalente americano da Polícia Federal brasileira), ao alegar inveridicamente que seria detentor de informações comprometedoras sobre o chinês naturalizado brasileiro Law Kin Chon, que então era investigado por envolvimento em contrabando, e que passaria essas informações àqueles órgãos mediante dinheiro.

O Ministério Público Federal considera Alexandre Magero uma pessoa extremamente perigosa, pela sua capacidade de inventar estórias fantasiosas, porém com potencial de serem acreditadas pela imprensa e pelos órgãos estatais de investigação, dada a lábia daquele e a riqueza de detalhes com que são contadas, e pelo destemor e inconseqüência que demonstra na hora de envolver nessas estórias pessoas que sabe inocentes, algumas delas bastante influentes.

<i>A Justiça do Direito Online</i>

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