O consumidor brasileiro aumentou a lista de aparelhos elétricos e eletrônicos em casa e sentiu a diferença no bolso. A conta de luz está pesando no orçamento – e os impostos são responsáveis por boa parte desse peso. Sobre a energia consumida, são pagos 25% em impostos.
O problema do consumidor doméstico se repete nas fábricas. Para ligar cada equipamento, o empresário brasileiro paga a segunda maior tarifa de energia elétrica industrial do mundo. Neste setor, o Brasil só perde para a Itália o posto de conta de luz mais cara do planeta. No ano passado, uma empresa de alimentos investiu em maquinário, e o gasto com energia aumentou 12%.
“Isso pesa bastante. Sempre na hora de adquirir um equipamento, a gente procura ver quanto ele vai consumir de energia e quanto isso vai impactar nos custos da empresa. À medida que a gente tem esse dado, a gente procura fazer mudanças internas para tentar economizar de uma maneira ou de outra”, Mauricio Neto, diretor da empresa.
O alto valor o preço da energia faz o empresário questionar até que ponto vale ampliar os negócios. O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Adriano Pires, especialista em infra-estrutura, diz que a carga tributária atrapalha o crescimento da economia.
“Um país que quer exportar, que quer ser competitivo, tem que ter energia elétrica barata. Não no sentido de ser barata no preço, e sim competitiva em relação a outros países. Na medida em que você coloca uma carga tributária muito elevada nessa energia elétrica, você tira a competitividade da indústria nacional”, explica o professor.
