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Julgamento de ex-cirurgião continua nesta quarta

O julgamento do ex-cirurgião plástico Farah Jorge Farah, acusado do assassinato e do esquartejamento de sua paciente e ex-amante, Maria do Carmo Alves, continua nesta quarta-feira (16).

O julgamento do ex-cirurgião plástico Farah Jorge Farah, acusado do assassinato e do esquartejamento de sua paciente e ex-amante, Maria do Carmo Alves, continua nesta quarta-feira (16). A previsão é que ele recomece às 9h. A sessão, que acontece no 2º Tribunal do Júri de São Paulo, no Fórum de Santana, Zona Norte de São Paulo entrou em recesso às 22h de terça (15).

Dez pessoas testemunharam ao longo do dia. A primeira delas foi o próprio Farah. O ex-cirurgião plástico afirmou que agiu em legítima defesa porque a mulher o atacou com uma faca. “Ela me atacou com uma faca. Me defendi com minha bengala. Eu a empurrei e ela bateu a cabeça na parede. Eu surtei, excelência (se referindo ao juiz), e não lembro o que aconteceu”, disse.

A penúltima testemunha a depor, de acusação, foi uma ex-paciente de Farah. A mulher, que chegou em uma cadeira de rodas, contou ao juiz que conheceu o médico em 1992, quando o procurou para uma cirurgia de redução de mama. Disse que teve apenas três contatos com o cirurgião: durante a primeira consulta, no retorno para levar os exames e quando o procedimento nos seios foi realizado.

“Quando saí da cirurgia tinha alucinações, mas não contei para ninguém”, relatou a testemunha. Ela deu detalhes do que alegava ouvir. “Uma voz no meu ouvido, sentia um beijo no pescoço, algo no rosto. Sentia cheiro de frutas”. A testemunha disse que passou a ficar com medo do médico, imaginando que havia sofrido abuso sexual enquanto estava inconsciente. “Não quis voltar para tirar os pontos porque me sentia culpada por ser casada. Eu achava que era imaginação minha”.

Ela admitiu que resolveu falar sobre seu contato com Farah depois da notícia da morte de Maria do Carmo. “Depois do crime, resolvi falar. Fiquei dez anos dentro de um armário. Fui a programas de TV para delatar”.

Diante do promotor, a testemunha voltou a comentar sobre as alucinações. “Sentia cheiro forte da laranja e de banana. Isso me marcou forte durante anos. Passei anos sem as minhas filhas me beijarem no rosto”, relatou. A crise da mulher se estendeu ao casamento dela. “Tive meu marido, mas não um homem. Eu não permitia que ele me beijasse”, contou a testemunha, que afirmou ter entrado com um pedido de indenização por danos morais contra o réu.

A décima e última pessoa a depor foi um agente da vigilância sanitária. Ele contou que as instalações da clínica de Farah “não eram condizentes” com o padrão de higiene exigido. Segundo a testemunha, o local apresentava “más condições para funcionar”, o que resultou na sua interdição. A denúncia foi feita por Maria do Carmo, contou o homem. Ainda de acordo com a versão dele, quando a clínica foi fechada, Farah “ameaçou se suicidar”.

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