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Governo costura acordo com a oposição para proteger Dilma

O governo está preocupado com o depoimento da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Senado na próxima quarta-feira. Exige que ela seja tratada de modo cordial e respeitoso. E tenta costurar um acordo para formar um cinturão protetor em torno da ministra.

O governo está preocupado com o depoimento da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Senado na próxima quarta-feira. Exige que ela seja tratada de modo cordial e respeitoso. E tenta costurar um acordo para formar um cinturão protetor em torno da ministra. A missão de blindar Dilma está nas mãos do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). A estratégia é transformar a sessão de quarta-feira numa partida amistosa. Eles pretendem conversar com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), para encontrar uma forma que agrade à oposição, mas preserve a ministra.

O depoimento deve ocorrer na quarta na Comissão de Infra-Estrutura. Oficialmente, a ministra foi intimada para falar do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), numa votação em que a oposição aproveitou o cochilo da base do governo para passar o requerimento de convocação.

Tucanos e democratas querem, porém, que ela fale sobre o dossiê montado na Casa Civil com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O governo teme que o depoimento ressalte as fraquezas já reveladas por Dilma em entrevista coletiva no último dia 4, quando deu explicações confusas sobre o caso. Conhecida pela dureza e rispidez com que costuma tratar subordinados e colegas de ministério, a ministra revelou inesperada fragilidade na primeira vez que teve de enfrentar seriamente a imprensa.

Preocupado, o Palácio do Planalto avisou à oposição que ela só tocará nesse assunto se o depoimento não se transformar num campo de guerra. Na verdade, o governo não quer que o tema seja abordado. Mas sabe, entretanto, que dificilmente Dilma escapará do assunto. Prevendo o risco, a base aliada do governo diz que ela topará responder a perguntas sobre o dossiê desde que não seja agredida verbalmente. Caso contrário, cumprirá à risca o conteúdo dos termos da convocação, o PAC. “Qualquer confronto, qualquer desrespeito, vamos usar o regimento”, diz Romero Jucá.

Alheio às negociações para blindar a ministra, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que disse ter visto o dossiê, avisa que não aceitará qualquer tipo de acordo. “Eu acho cinismo do governo elaborar dossiê e, depois, chamar para a negociação. É exigir demais da boa vontade oposicionista”, afirma.

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