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Vice-reitor da UnB também está sob investigação

Edgar Mamiya assume a reitoria da Universidade de Brasília (UnB) sob denúncias. Procuradores da República e promotores de Justiça do Distrito Federal querem saber os detalhes da viagem à Ásia do então vice-reitor e sua comitiva de 11 pessoas, em outubro do ano passado.

Edgar Mamiya assume a reitoria da Universidade de Brasília (UnB) sob denúncias. Procuradores da República e promotores de Justiça do Distrito Federal querem saber os detalhes da viagem à Ásia do então vice-reitor e sua comitiva de 11 pessoas, em outubro do ano passado. Conforme revelou o Correio semana passada, dinheiro que deveria ser destinado à melhoria do atendimento à saúde dos povos indígenas financiou o tour pelo Japão, Taiwan e Coréia do Sul de ao menos seis pessoas sem vínculos com a UnB. Cada um dos 11 acompanhantes ganhou R$ 10,5 mil por 15 diárias.

O Correio apurou que Mamiya também é investigado por causa de 32 almoços e jantares pagos com recursos desviados de convênios firmados pelas fundações de apoio à pesquisa ligadas à UnB. O reitor substituto teria assinado as ordens de pagamentos de todas essas despesas. Integrantes do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do DF (MPDF) aguardam os originais dos documentos para anexá-los aos processos sobre a destinação das verbas dos contratos firmados entre as fundações e vários órgãos e empresas públicas e privadas.

Mamiya assumiu a direção da UnB ontem, no lugar de Timothy Mulholland, que pediu licença do cargo por 60 dias. Ele tomou a decisão sob pressão dos universitários e parte dos professores, motivada pela crise instaurada desde janeiro, quando o MPDF tornou pública a investigação sobre os contratos da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), também ligada à UnB. O MPF e o MPDF denunciaram Timothy à Justiça Federal, terça-feira, por improbidade administrativa, em função dos R$ 470 mil gastos na decoração do imóvel funcional ocupado por ele.

Timothy foi intimado a prestar o primeiro depoimento ao MPDF na próxima quarta-feira. Os promotores querem saber as relações da reitoria com a fundações vinculadas à UnB. A apreciação da denúncia contra o ex-reitor deve demorar. Apesar de protocolada na noite da última terça-feira, o processo ainda não chegou ao gabinete do juiz Hamilton de Sá Dantas, da 21ª Vara Federal. “Estamos com déficit de funcionário. Tenho cerca de 3,5 mil processos para apreciar. Recebemos uma média de 10 novas ações por dia”, explicou o juiz. No entanto, ele garantiu que o caso é prioridade. “Assim que o processo chegar, convoco o réu. O reitor terá 15 dias para se apresentar”, comentou.

“Pesquisa de campo”

Na investigação da viagem à Ásia, o MPDF tem os originais do pedido e autorização de despesas da comitiva de Edgar Mamiya, dos recibos assinados pelos beneficiários e dos comprovantes de transferência eletrônica para as contas bancárias deles. Todos receberam o valor das 15 diárias em 9 de outubro de 2007, um dia antes do início do tour pela Ásia. Nos pedidos, autorizações e recibos, feitos em papéis timbrados da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico na Área de Saúde (Funsaúde), a viagem é justificada como “Pesquisa de campo sobre o mecanismo de desenvolvimento tecnológico nacional e comercialização de tecnologia”.

Entre os acompanhantes de Mamiya estava o casal dono de uma faculdade particular do DF. As despesas deles e de mais quatro pessoas foram pagas por meio de conta bancária mantida com recursos públicos pela Editora UnB, subcontratada pela Funsaúde para executar projetos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O Correio teve acesso aos comprovantes do tour (veja fac símile). Neles, consta que a viagem e os gastos foram autorizados pelo então diretor-executivo da editora, Alexandre Lima. O Correio ligou diversas vezes para o telefone celular de Lima, que entregou o cargo há três semanas. Ele não atendeu nem retornou as ligações. Por meio de nota divulgada há 10 dias pela vice-reitoria da UnB, a instituição informa que foi aberto “processo para apurar os fatos e tomar as medidas corretivas necessárias”.

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