A Justiça Federal em Goiás determinou a quebra do sigilo bancário do Instituto Nacional de Formação e Assessoria Sindical (Ifas), organização não-governamental (ONG) ligada à CUT e ao PT. A decisão da juíza Luciana Laurenti Gheller atendeu a pedido do Ministério Público Federal, que requer dados de uma conta do Ifas no Banco do Brasil, em Brasília, para rastrear a aplicação de R$ 4,6 milhões de um convênio com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para a qualificação de trabalhadores rurais. Como informa a revista “Época” desta semana, a ONG não conseguiu comprovar como gastou a verba.
A ONG, sediada em Goiânia, foi criada em 1985 por petistas, entre eles o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-deputado estadual Osmar Magalhães, além de dirigentes estaduais do setor agrário e da educação.
O procurador da República Raphael Perissé disse que há indícios de desvio de verbas. A quebra do sigilo, afirmou, confirmará se houve saques em dinheiro, proibidos pelo convênio. O contrato é de R$ 7 milhões; R$ 4,6 milhões foram repassados. “Até agora não sabemos para onde foi o dinheiro”, disse.
Segundo Perissé, não houve prestação de contas. A Justiça já bloqueou os repasses. O Ministério Público analisa documentos apreendidos pela Polícia Federal. O representante do Ifas, Antônio Chagas, negou as irregularidades. Disse que, sem os documentos, não pode prestar contas. O Incra informou desconhecer irregularidades.