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MPF/SE denuncia cinco empresários por golpe de indústria fantasma

Cinco empresários pernambucanos foram denunciados pelo Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE) por crime contra o sistema financeiro. Eles são apontados como responsáveis diretos pelo golpe de uma indústria fantasma de produtos médicos que seria implantada em Aracaju.

Cinco empresários pernambucanos foram denunciados pelo Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE) por crime contra o sistema financeiro. Eles são apontados como responsáveis diretos pelo golpe de uma indústria fantasma de produtos médicos que seria implantada em Aracaju. As apurações foram desenvolvidas pelo MPF/SE por meio do procurador da República Paulo Gustavo Guedes Fontes, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal.

Os denunciados são Fernando Antônio Porpino Estruc, Juscelino dos Anjos Bourbon, Edmar Gomes de Azevedo, todos moradores em Boa Viagem, no Recife; Juliano César Leite Torres, de Caruaru, e Paulo Roberto de Araújo Luiz, que mora na Vila Alpina, em São Paulo. O processo corre na 2ª Vara da Justiça Federal em Sergipe, que já recebeu a denúncia e começa a ouvir os acusados.

Financiamento – Em 3 de setembro de 1993, foi aprovado pela extinta Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) um projeto de instalação da empresa Produtos Médicos de Aracaju, a Promasa. Esse projeto contava com recursos do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) e com benefício fiscal concedido pelo governo federal. O Banco do Nordeste do Brasil era o operador financeiro do empreendimento.

Não demorou muito e a Controladoria-Geral da União (CGU) encontrou desvio de dinheiro público no projeto de instalação da Promasa. A empresa recebeu recursos do Finor na ordem de mais de 3,1 milhões de reais até 2002, época da realização da auditoria, e a Promasa ainda não havia entrado em funcionamento.

O MPF descobriu que Fernando Antônio, Juscelino dos Anjos, Edmar Gomes e Juliano César obtiveram, mediante fraude, o financiamento do Finor, além de terem aplicado os recursos em finalidade diversa da prevista em lei e do contrato firmado com a Sudene, repassando-os para empresas do mesmo grupo econômico, como a Agroturza, a Agreste Industrial de Rafia (Agir), a Audipar e a Suínos de Cachoeira (Suissa). “Não é demais lembrar que todas essas empresas tem objeto social/atividade econômica agropecuária, que não justificam transações comerciais com a fabricação de seringas descartáveis, objeto social da Promasa”, lembra o procurador da República Paulo Fontes.

Compras fraudulentas – O réu Paulo Roberto é acusado de ter-se unido aos quatro primeiros com o intuito de aplicar o dinheiro público em finalidade diversa da prevista em lei, atuando na ocultação e dissimulação dos recursos e na obtenção de vantagem ilegal em prejuízo do Estado, através da assinatura de contratos de compra e venda e emissão de notas fiscais fraudulentas. Entre as empresas envolvidas também estão a CBMA, Webal e Ásia Máquinas.

Para o MPF/SE, a conduta delitiva dos acusados é verificada à medida que eles tentaram mascarar transações financeiras, fazendo inúmeros depósitos, entre si, confundindo a origem do dinheiro circulante. “É um claro sinal de lavagem de dinheiro, seja com a ocultação, seja com a dissimulação de valores. Não se pode esquecer também dos registros contábeis com inúmeras falsas compras ou preços superfaturados com o intuito de ludibriar o Poder Público, forjando a existência de contratos de compra e venda de equipamentos que na maioria das vezes não existiu”, ressalta o procurador.

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