O juiz federal Edgard Lippmann Júnior (foto) conseguiu ontem na 8ª Vara Cível de Curitiba uma liminar que pede a retirada de acusações contra ele divulgadas na internet. Lippmann foi o magistrado que multou o governador Roberto Requião (PMDB) por desrespeitar ordem que o proibia de atacar desafetos pela TV Educativa do Paraná.
Desde a semana passada, o nome do magistrado tem sido citado em sites que o apontam como integrante de uma quadrilha que comprava sentenças para reabrir bingos em Curitiba. Ele nega as acusações.
O advogado do juiz, Jaceguay Ribas, afirma que o cliente é alvo de perseguição por ter punido Requião pelo suposto uso irregular da TV Educativa.
“O que se quer é estancar a divulgação destas notícias caluniosas e suprimir o que já está navegando na internet”, disse Ribas, que prepara ainda outras duas ações, uma por danos morais e outra por crime contra a honra do juiz.
Na liminar, foram citados como responsáveis pela propagação das acusações o presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, o secretário estadual do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, e o secretário especial de Governo, Luiz Mussi.
Os sites “Assuntos de Curitiba”, “HoraH News” e “Hora do Povo” foram mencionados como os canais das acusações.
Doático Santos é apontado como o responsável pela maior parte das acusações. Já Rodrigues foi incluído por ter feito, segundo o advogado do juiz, “críticas pesadas ao magistrado em uma das entrevistas divulgadas por estes sites”.
A participação de Mussi foi vinculada ao fato de o secretário ter cedido sua emissora de TV aberta para que Requião pudesse protestar contra a proibição de atacar desafetos na TV estatal.
Doático Santos afirmou que a ação “já era esperada”. “Assim que formos intimados, vamos cumprir a ordem. Nossa briga é com o juiz Lippmann Júnior, e não com a Justiça.” Ele disse, porém, que as informações vão continuar sendo divulgadas nos sites das entidades do movimento social que fazem da Frente Ampla para Avanços Sociais, da qual é coordenador.
Por meio de sua assessoria, Rasca Rodrigues disse que não iria se pronunciar enquanto não fosse comunicado oficialmente. A reportagem não conseguiu falar com Luiz Mussi, que acompanha Requião em viagem oficial a Cuba.
