O ministro da Justiça, Tarso Genro, apoiou nesta quinta-feira (17), a decisão da Justiça de não aceitar o acordo proposto pela defesa do megatraficante colombiano Juan Carlos Abadia. Ele propôs um acordo em que oferecia de US$ 30 milhões a US$ 40 milhões mais informações em troca de benefícios. A lei brasileira permite esse tipo de acordo nos processos por lavagem de dinheiro.
“Eu se fosse o juiz, faria o mesmo. O poder Judiciário agiu corretamente. Nós esperamos que ele responda por seus delitos e que cumpra a pena integralmente aqui e depois ajustar as contas com seu país de origem e com outros países”, afirmou o ministro da Justiça após participar de cerimônia no Itamaraty, em Brasília.
O traficante quer ser extraditado para os Estados Unidos. Para isso, pediu ao juiz Fausto de Sanctis garantias de que não cumprirá a sentença de prisão no Brasil. Nos Estados Unidos, Abadía responde por crimes ainda mais graves, como tráfico internacional e assassinatos. Além do oferecer dinheiro, Abadia prometeu revelar à Justiça nomes de comparsas, mas o juiz Fausto de Sanctis considerou baixo o valor oferecido, perto da fortuna que Abadía tem escondida.
“É uma demonstração de exercício soberano da Justiça e que colabora na luta do Ministério da Justiça e da Polícia Federal contra o crime organizado e o narcotráfico. Eu me congratulo com o poder Judiciário”, disse Tarso Genro.
