O delegado Sérgio Luditza, de 43 anos, titular do 8° Distrito Policial de Osasco, São Paulo, foi baleado à queima-roupa por dois policiais militares ao ser abordado durante uma averiguação de rotina, às 20h20m de sábado na Estrada da Fazendinha, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. A vítima foi operada e está internada em estado grave. O caso foi registrado no 1° Distrito Policial, de Carapicuíba, onde foi registrado o caso.
O delegado seguia para casa. no caminho, com sono, parou o carro para descansar. Pessoas que viram o carro parado acharam que ele estava passando mal e chamaram a Polícia Militar.
A esposa do delegado, a professora J., de 32 anos, e sua irmã, a analista de atendimento T., de 22 anos (ambas pediram para que seus nomes não fossem divulgados com medo de represálias), disseram que toda a família e policiais amigos estão revoltados. Elas prestaram o depoimento em frente ao Hospital Sanatorinhos, em Carapicuíba, onde está o delegado.
– Meu marido ficou o tempo inteiro lúcido e contou como foi abordagem dos PMs – disse J..
Segundo ela, ao chegar próximo de sua residência e ter se abaixado para pegar um isqueiro caído no chão de seu Gol, o delegado foi abordado. Apesar de ter se identificado e ter saído do carro com as mãos erguidas, segundo contou, Luditza, que tem 20 anos de experiência, foi alvejado à queima-roupa por cinco ou seis disparos que o atingiram em uma das pernas, no abdome, no ombro e no rosto.
– Enquanto caía, ele continuou a gritar para os PMs pararem de atirar, pois era policial – disse J..
Ainda segundo a esposa, mesmo no solo o policial só foi socorrido após a chegada de uma segunda viatura.
– Um dos PMs, que o conhece há mais de dez anos, gritou para seus colegas que eles estavam loucos – disse.
O delegado contou que só então foi “jogado” dentro da viatura pelos PMs, sem nenhum cuidado em relação a seus ferimentos, e levado a um pronto-socorro.
– Lá, ele ainda perguntou aos PMs o que eles faziam com os ‘malas’ (criminosos), já que tratavam assim um delegado.
Ainda segundo a esposa, que também não teve acesso ao boletim de ocorrência, testemunhas que presenciaram o fato disseram que viaturas da PM estiveram no local de madrugada para recolher cápsulas espalhadas pelo chão.
– Nós vamos à Corregedoria. Meu marido está revoltado. Ele me disse que o tiro no rosto era para ser na cabeça. Ele sempre trabalhou em conjunto com a PM e não tem nenhum fato que o desabone em sua carreira.
Os policiais militares que atiraram já estão identificados. Procurada, a Secretaria de Estado da Segurança Pública respondeu, por e-mail, que será instaurado um inquérito para esclarecer o caso.