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Nigeriano que comandava tráfico de drogas é preso em São Paulo

Numa operação filmada por ordem judicial, a Polícia Federal prendeu o nigeriano Frank Dum-Dum, responsável por uma rede de traficantes de cocaína da Colômbia, quando pagava uma propina de US$ 5 mil (R$ 14 mil) a agentes da PF, que armaram o flagrante para comprovar a culpa do traficante.

Numa operação filmada por ordem judicial, a Polícia Federal prendeu o nigeriano Frank Dum-Dum, responsável por uma rede de traficantes de cocaína da Colômbia, quando pagava uma propina de US$ 5 mil (R$ 14 mil) a agentes da PF, que armaram o flagrante para comprovar a culpa do traficante.

A Polícia Federal prendeu ontem em São Paulo o nigeriano Frank Dum-Dum, responsável por uma rede de traficantes de cocaína da Colômbia que utiliza o Aeroporto Internacional de Guarulhos como rota para transportar a droga para a Europa. A tentativa de subornar os agentes foi gravada pela PF com autorização judicial, numa ação policial que demorou três meses. O nigeriano havia acertado com agentes da PF que daria US$ 5 mil aos policiais que permitissem a remessa de cinco quilos de cocaína. As imagens do nigeriano pagando a propina foram exibidas ontem à noite pelo “Jornal Nacional”, da Rede Globo. Segundo a PF, Dum-Dum pagava inclusive a brasileiros para fazer o transporte da droga para a Europa. Conhecidas como mulas, essas pessoas se passavam por turistas que iam para a Europa, às vezes com escala na África do Sul. Em alguns casos, elas levavam até com crianças no colo para não levantar suspeitas.

De acordo com o delegado Wagner Castilho, porta voz da PF de São Paulo, o Aeroporto de Guarulhos vem se transformando em importante rota para a cocaína colombiana. Como os vôos que partem de Bogotá são muito visados, os colombianos levam a droga para a Venezuela, entram no Brasil e transportam até São Paulo. Lá, usam as mulas para levar a droga para a Europa. Só este ano, a PF apreendeu uma tonelada de cocaína no Aeroporto Internacional de Guarulhos. As mulas levam a droga escondida em roupas, sapatos, pranchas de surfe e até em batinas de padres disfarçados de passageiros comuns. Metade das mulas presas no aeroporto trabalhava para o nigeriano.

— O nigeriano procurou agentes da PF em Guarulhos para negociar a liberação das mulas. Primeiro, prometeu pagar US$ 4 mil por cada mula liberada. Depois, melhorou a proposta: US$ 5 mil por mula. Os policiais fingiram que aceitariam o dinheiro. Marcamos um encontro num restaurante e gravamos tudo — disse Castilho.

— Meu coração está aberto, bem limpinho para trabalhar com vocês. Como eu falei, vai ser bom para todo mundo. Vocês vão ganhar e eu vou ganhar também — disse Dum-Dum numa das conversas.

Ele disse que tem ligações com traficantes da Colômbia.

— Já tenho amizades há muitos anos na Colômbia. Quando eu precisar, está aqui — disse o nigeriano, passando os US$ 5 mil para os policiais.

Os traficantes que usam o Aeroporto de Guarulhos passam primeiro pela África do Sul, antes de chegar à Europa.

— Se você chega lá e não tem contato forte, a polícia prende. Mas eu tenho chefe lá — diz o nigeriano nas fitas.

No dia marcado pelo traficante com os agentes, ele apareceu com uma nigeriana que tinha um bebê no colo. Dum-Dum acompanhou o embarque da mulher à distância. Ela levava cinco quilos de cocaína na mala. A PF permitiu o embarque, mas avisou à polícia da África do Sul, onde ela foi presa. Mesmo assim, o nigeriano ainda apresentou aos agentes uma segunda mulher, desta vez uma brasileira que levaria a droga para a Holanda.

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