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Eucatex deposita 7 mi, mas credores não levam dinheiro

A Eucatex S.A. Indústria e Comércio, empresa do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, já depositou na 3ª Vara Cível de Salto (cidade localizada a 105 km a noroeste da capital paulista), mais de R$ 7 milhões referentes à primeira parcela da concordata preventiva pedida no ano passado. Entretanto, nenhum dos credores conseguiu levantar o dinheiro. Motivo: o quadro geral dos credores ainda não foi elaborado.

A Eucatex S.A. Indústria e Comércio, empresa do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, já depositou na 3ª Vara Cível de Salto (cidade localizada a 105 km a noroeste da capital paulista), mais de R$ 7 milhões referentes à primeira parcela da concordata preventiva pedida no ano passado. Entretanto, nenhum dos credores conseguiu levantar o dinheiro. Motivo: o quadro geral dos credores ainda não foi elaborado.

O comissário que atuava na concordata, a Synteco Produtos Químicos renunciou, em março deste ano, e dois outros grandes credores — a Texaco do Brasil e a Borden Química — não aceitaram o cargo.

Numa tentativa de regularizar a situação, a juíza Renata Cristina Rosa da Costa e Silva nomeou para o cargo de comissário o advogado Jayme Vita Roso com remuneração mensal de R$ 25 mil.

Estão habilitados na concordata mais de mil credores. Existe ainda mais de 500 cessões de créditos. A estimativa é que o valor dos créditos supere R$ 39 milhões. O quadro de credores será elaborado pelo comissário e pela juíza.

A Eucatex pretende se beneficiar da moratória judicial, assumindo o compromisso de pagar integralmente os seus débitos em duas prestações anuais, com juros de 6% ao ano. A primeira, no montante de 40% do passivo — já paga — e o saldo ao término do segundo ano. O não cumprimento dessa obrigação acarretará a decretação da falência.

Na mesma situação estão os credores da Eucatex Química Mineral Ltda — outra empresa do Grupo Eucatex — na moratória judicial que corre na mesma Vara do Fórum de Salto.

As duas concordatas foram requeridas no dia 16 abril de 2003, no Fórum de Salto, onde estão sediadas. As companhias alegaram estar sendo pressionadas pelos credores e terem sofrido com a desvalorização do real frente ao dólar. Os requerimentos foram assinados pelos advogados Murilo da Silva Freire e Ricardo Tosto.

Na época, o grupo alegou dificuldades em enfrentar os juros elevados nas operações bancárias de desconto e no capital pedido para giro. A empresa fechou o ano de 2002 com dívida de R$ 33,3 milhões. O passivo total é de R$ 302,1 milhões.

O balanço de 2002, divulgado pela Eucatex em 31 de março, não fazia menção à situação financeira da companhia, nem apresentava ressalvas do auditor independente, a Pricewaterhouse Coopers. O mesmo balanço mostrava que a companhia registrara prejuízo de R$ 33,4 milhões, 57,4% menor do que no ano anterior. A receita líquida subira 11,3%, para R$ 414,7 milhões.

A empresa alegou, em comunicado à imprensa sobre o pedido de concordata, que “as receitas e resultados operacionais crescentes da empresa vêm sendo engolidos pelas despesas financeiras em volume cada vez maior, mais de R$ 400 milhões nos últimos anos”.

A Eucatex S.A. foi fundada em 30 de novembro de 1951, na cidade de Salto, com capital social integralizado de 10 milhões de cruzeiros. O complexo industrial é composto por cinco fábricas, localizadas em Barueri, Salto, Paulínia e Botucatu, e possui 43 fazendas de eucaliptos e pinus, com área estimada de 52 mil hectares.

Ao longo dos últimos 50 anos, passou por inúmeras alterações e transformações, ampliando a gama de suas atividades. Apesar de tradicionalmente conhecida pela fabricação de chapas de madeira, a Eucatex ampliou e diversificou sua atividade.

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