seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

TSE isenta portador de deficiência mas decisão gera protesto na PB

O Tribunal Superior Eleitoral aprovou ontem resolução isentando de punição deficientes físicos que não votarem no dia 3 de outubro por terem dificuldade de locomoção.

O Tribunal Superior Eleitoral aprovou ontem resolução isentando de punição deficientes físicos que não votarem no dia 3 de outubro por terem dificuldade de locomoção.

A medida, apesar de bem-intencionada, não foi bem recebida por entidades que lidam com deficientes na Paraíba. “Isso é muito cômodo. O que nós queremos mesmo é que nos dêem condições de acessibilidade para exercermos nosso direito”, destaca Marina Felizmirna, assessora da Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, ligada à Funad.

A proposta original do ministro Gilmar Mendes, relator da resolução, sugeria o fim da obrigatoriedade do voto para o deficiente.

A sugestão foi completamente rejeitada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade), que apresentou pedido de reconsideração ao presidente do TSE, ministro Sepúlveda Pertence. Para o Conade, a garantia do voto facultativo é uma forma de discriminação contra os deficientes.

“Vai ser facultativo para todos os eleitores”, questionou Marina, na época.

Ontem, com a decisão reformulada, o TSE manteve a obrigatoriedade de voto para o deficiente, mas aprovou a permissão de que, mediante documentação comprobatória da deficiência, o juiz eleitoral possa expedir, em favor do interessado, certidão de quitação com alistamento e o exercício do voto com prazo de validade indeterminado. Apesar da mudança, a proposta continuou não agradando.

“Isso significa que as autoridades continuam vendo o deficiente como uma pessoa diferente e isso é uma forma de discriminação”, completa Marina. Hoje, por acaso, é comemorado o Dia Nacional de Luta do Deficiente Físico. Na Paraíba, a estimativa é de que hajam 600 mil deles.

“Já conquistamos várias coisas, mas ainda há muito o que conquistar e uma dessas é o nosso direito de votar sem dificuldades, podendo escolher nossos governantes”, destaca José Marcos, vice-presidente da Fraternidade Cristã de Doentes e Deficientes na Paraíba.

Segundo ele, a Justiça eleitoral deveria discutir meios para garantir a acessibilidade dos deficientes nos locais de votação.

Uma das propostas é a de selecionar pontos estratégicos para votação de deficientes, onde escadas seriam substituídas por rampas e os funcionários estariam treinados para receber e orientar os deficientes. “Nós queremos votar, porque somos cidadãos como quaisquer outros”, destaca Marina.

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

STJ admite voto de ministro que não viu sustentação oral presencial
Pescadora artesanal consegue auxílio seguro-defeso não concedido pelo INSS
Anulada a decisão do INSS que suspendeu pensão por morte a filha maior e com deficiência mental