Em julgamento na tarde de hoje, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) anulou a redução da jornada de trabalho dos empregados da Volkswagen-Audi de São José dos Pinhais (PR) de 42 horas para 40 horas semanais.
O corte de duas horas tinha sido determinado pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) no Paraná, na sexta-feira da semana passada.
O TST também cassou a decisão dos juízes de 1ª instância que impedia a empresa de descontar os quatro dias e meio de paralisação da fábrica na semana passada, em razão de uma greve.
A greve foi considerada legal pelo TRT. Os juízes determinaram à montadora o repasse a cada empregado de R$ 2.950 a título de participação nos lucros e resultados, ponto não alterado no TST.
Os empregados da Volks-Audi fazem assembléia hoje para discutir a nova situação. Hoje, o Sindicato dos Metalúrgicos da Região Metropolitana de Curitiba informou que pode ocorrer uma nova greve.
Em nota, a Volkswagen do Brasil disse que as 42 horas da jornada atual são parte de um acordo coletivo entre empresa e trabalhadores que vigora até março de 2005. O acordo foi fechado em 2001 e visava garantir o fluxo de produção do novo modelo da marca VW, o Fox.
A empresa diz ainda que recorreu ao TST para evitar prejuízos, mas que mantém disposição de negociar com os empregados a implantação de terceiro turno de trabalho e aumento da produção.
Segundo a Volkswagen do Brasil, a fábrica de São José dos Pinhais recebeu investimentos de US$ 1 bilhão nos cinco anos de operação. A unidade produz 400 carros por dia, em média, e emprega cerca de 2.700 pessoas.