A Líbia condenou dois médicos e cinco enfermeiras búlgaros e um palestino à morte por fuzilamento por “infectarem deliberadamente 400 crianças com o vírus HIV, disse uma rádio da Bulgária. O governo da Bulgária disse que vai apelar da sentença.
Os médicos foram acusados pelo líder líbio Muamar Khadafi de receber ordens da CIA e do serviço secreto israelense, Mossad.
Eles estavam sendo julgados na cidade líbia de Benghazi por quase cinco anos.
A idéia de que a CIA e o Mossad pagaram trabalhadores da área da saúde para matar crianças líbias com a finalidade de desestabilizar o país pode parecer extraordinária demais para um romance de espionagem, diz o correspondente da BBC na região, Paul Wood.
Mas nos últimos cinco anos ela foi aceita como fato na Líbia. A teoria foi apresentada pelo próprio Khadafi, e foi usada como base para o julgamento.
As cinco enfermeiras e dois médicos trabalhavam em um hospital em Benghazi quando foram presos, em fevereiro de 1999.
Eles convocaram especialistas como testemunhas, inclusive um integrante da equipe que descobriu o vírus da Aids, que afirmou que essa foi uma epidemia causada por falta de higiene no hospital, e não por uma conspiração internacional.
Os búlgaros assinaram confissões, mas disseram ao correspondente da BBC que foram torturados pela polícia, com espancamentos diários, violação sexual e choques elétricos.
Diplomatas ocidentais dizem que as acusações foram feitas porque as autoridades simplesmente precisavam de alguém para culpar por uma tragédia que causou indignação na Líbia – mais de 400 crianças foram infectadas com o vírus da Aids em Benghazi.
Com a saída da Líbia do isolamento internacional, há esperança de que o grupo de estrangeiros seja libertado.