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Juiz de São Paulo questiona comportamento de advogados

A Justiça quer de volta pelo menos US$ 15 milhões retirados da Parmalat brasileira e enviados para a Itália. O pedido foi feito pelo juiz da 42ª Vara Cível de São Paulo, Carlos Henrique Abrão.

A Justiça quer de volta pelo menos US$ 15 milhões retirados da Parmalat brasileira e enviados para a Itália. O pedido foi feito pelo juiz da 42ª Vara Cível de São Paulo, Carlos Henrique Abrão.

O dinheiro foi enviado em dezembro passado, quando a matriz da empresa já havia naufragado e a sua filial já entrara em crise.

No ofício em que cobra a devolução dos valores, Abrão menciona um pedido anterior, do início no mês, também destinado ao interventor da Parmalat italiana, na condição de representante do Estado italiano.

O juiz usa a correspondência para apontar comportamento que considera anômalo dos advogados da empresa no Brasil. Abrão quer saber se a conduta do escritório é ditada pelos italianos.

Entre os exemplos de mau comportamento dos advogados, o juiz cita o fato de ter sido chamado por eles de “mentiroso”, de estar atuando de forma a obter notoriedade junto à imprensa e de estarem atrapalhando o andamento natural do processo.

A revista Consultor Jurídico procurou o advogado Carlos Miguel Aidar, que representa os administradores afastados. Ele não estava no escritório nem em casa. O celular dele estava desligado.

Pedido em questão

O pedido brasileiro deve cair no vazio. Notícia do site “VoteBrasil”, sobre uma visita do ministro brasileiro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, ao interventor da Parmalat, Enrico Bondi e o ministro das Atividades Produtivas, Antonio Marzano, diz que os italianos deixaram claro que o interesse prioritário deles é preservar o patrimônio produtivo da Itália e não o brasileiro.

Nessa linha, a unidade brasileira poderá até ser vendida como está, mas a hipótese de ajuda financeira da matriz estaria afastada.

“Há um conflito de interesses entre o que nos queremos para o país e a gestão italiana”, admitiu o ministro encontrando os jornalistas na capital italiana, ao termino de sua viagem de dois dias a Roma, Milão e Parma, segundo relatou o VoteBrasil, em fevereiro.

Esta semana, a imprensa italiana voltou a apontar para Gianni Grisendi, presidente da Parmalat Brasil nos anos 90. Grisendi ainda não está formalmente inscrito no registro das pessoas investigadas. Grisendi, que presidiu também a Telecom Italia Mobile (TIM), nos dez anos que passou no comando da Parmalat Brasil teria conseguido aumentar em trinta vezes o faturamento da filial brasileira através de uma série de aquisições.

Os investigadores italianos anunciaram a apreensão de um computador do advogado Gianpaolo Zini onde se localizou um esquema dos mecanismos financeiros e entrelaçamentos societários que poderá servir para reconstituir o fluxo de dinheiro de e para a América do Sul.

As investigações sobre o Brasil só começaram há poucos dias e, por isso, são necessárias outras averiguações e provas, inclusive nos documentos apreendidos no escritório do advogado Zini.

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