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Surge nova testemunha no caso da morte de Celso Daniel

Alexandre Hisayasu e Leonardo Fuhrmann - Diário de S.Paulo

Alexandre Hisayasu e Leonardo Fuhrmann – Diário de S.Paulo

SÃO PAULO – Uma vendedora de automóveis importados que trabalha em São Paulo e mora em Santo André é a mais nova testemunha do Ministério Público Estadual contra o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, preso sob a acusação de ser o mandante do seqüestro e assassinato do prefeito Celso Daniel.

A testemunha passava pela rua da Vila Mercês (Zona Sul da Capital), conhecida como Três Tombos, na noite do seqüestro do prefeito (18 de janeiro de 2002), e disse aos promotores ter visto Sombra “em atitude suspeita”, conversando ao celular ao lado dos seqüestradores do prefeito. A conversa teria ocorrido logo após a captura de Celso Daniel.

A declaração da vendedora de automóveis serve à denúncia dos promotores de Santo André, que afirmam que o seqüestro do prefeito não teria passado de uma farsa montada por Sombra, com a participação de uma quadrilha da Favela Pantanal (Diadema), para parecer um crime comum.

A Mitsubishi Pajero blindada dirigida por Sombra e com Celso ao lado foi perseguida por três carros (Blazer, Santana e Tempra). Os seqüestradores efetuaram vários disparos até conseguirem a captura do prefeito. A ação, segundo a versão dos promotores, teria sido facilitada por Sombra.

A defesa rebate a denúncia, alegando que o seqüestro e assassinato do prefeito foi um crime urbano. A quadrilha presa da Favela Pantanal confirma a versão de crime comum.

A vendedora de automóveis foi localizada na sexta-feira pelo “Diário de S.Paulo”. Assustada, ela disse que não gostaria de dar entrevista e afirmou apenas que confirmará seu depoimento à Justiça.

“Confio que está sendo feita Justiça e que os promotores estão no caminho certo”, declarou ela. Seu depoimento foi anexado ao processo da 1ª Vara de Itapecerica da Serra após a prisão preventiva de Sombra, decretada em 12 de dezembro de 2002.

A vendedora foi citada pelo agente federal César Herman Rodriguez aos promotores de Santo André que investigam o caso. Herman fez menção ao nome da testemunha durante depoimento aos promotores Roberto Wider e José Reinaldo Guimarães Carneiro, em 21 de novembro de 2003.

Ele disse que “havia uma moça, que não foi ouvida por nenhuma autoridade e que havia presenciado Sérgio Sombra falando ao celular ainda na presença dos seqüestradores, inclusive fazendo menção à existência de um veículo Tempra ou Marea”.

A menção de Herman faz parte do depoimento do juiz federal João Carlos da Rocha Matos aos promotores estaduais.

Os dois estão presos na carceragem da Polícia Federal, em São Paulo, acusados de participarem de um suposto esquema de venda de sentenças judiciais. Herman citou o nome da vendedora porque comprou um veículo importado em uma das lojas da rede em que trabalha a testemunha.

Ela teria comentado com ele sobre o que viu na noite do seqüestro do prefeito. Após o depoimento do agente, os promotores localizaram a nova testemunha.

O MPE tem 16 testemunhas de acusação no caso, cinco delas sob proteção judicial. A vendedora de automóveis teve sua proteção requisitada pelo juiz de Itapecerica da Serra, Luiz Fernando Migliore Prestes, que vai decidir se leva Sombra à juri popular pela morte do prefeito ou se arquiva o caso por falta de provas.

O advogado da testemunha, David Teixeira, afirmou que sua cliente está assustada, mas protegida pela Justiça. “Ela é testemunha porque passou pelo local na noite do crime. Ela vai confirmar em juízo. Ficou assustada quando os promotores à procuraram, mas eles garantiram a maior discrição e sigilo no seu depoimento”, declarou o advogado.

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