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Gomes da Silva propõe legalizar escuta editada

O empresário Sérgio Gomes da Silva, acusado de ter mandado assassinar o prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), pediu ontem à Justiça a inclusão das escutas telefônicas encaminhadas anonimamente aos promotores no processo judicial que corre contra ele por homicídio.

O empresário Sérgio Gomes da Silva, acusado de ter mandado assassinar o prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), pediu ontem à Justiça a inclusão das escutas telefônicas encaminhadas anonimamente aos promotores no processo judicial que corre contra ele por homicídio.

O pedido, feito por meio de seus advogados durante interrogatório, será agora analisado pelo juiz do caso.

O Ministério Público não concorda com a inclusão por entender que as escutas foram editadas. O material enviado aos promotores não traz, por exemplo, diálogos de Gilberto Carvalho, ex-secretário de Governo da cidade e hoje chefe-de-gabinete de Luiz Inácio Lula da Silva, com o ministro José Dirceu (Casa Civil).

As fitas com as escutas, que registram conversas do próprio acusado ou de pessoas ligadas ao PT de Santo André, foram consideradas ilegais pela Justiça.

“Já está na hora de trazer os fatos para dentro do processo. O material é ilegal, mas todo mundo teve acesso”, afirmou o advogado de Gomes da Silva, Roberto Podval. A defesa avalia que o conteúdo das fitas mais ajuda do que atrapalha Gomes da Silva na Justiça.

A Folha, que publicou trechos das conversas em novembro de 2003, mostrou que os diálogos, gravados após a morte de Daniel, revelam a preocupação do PT em proteger a candidatura Lula.

Para o partido, a morte de Daniel foi crime comum –não existia uma intenção deliberada de matar o prefeito. Já, para o Ministério Público, Daniel foi morto ao tentar impedir um esquema de corrupção na administração municipal –parte do dinheiro desviado, segundo testemunhas, financiou campanhas eleitorais do PT, o que o partido nega.

O Ministério Público não concorda com a estratégia da defesa. “É uma manobra escusa, não podemos compactuar com isso”, disse o promotor Roberto Wider Filho.

Na última sexta-feira, os três promotores do caso receberam em suas casas cópias dos CDs com as conversas gravadas.

O próprio PT se manifestou contra a legalização das fitas. As escutas foram consideradas ilícitas pelo juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, que mandou destruir as fitas.

Quando a Polícia Federal pediu autorização para fazer os grampos, informou que o motivo da investigação era tráfico de drogas, não o assassinato do prefeito Rocha Mattos foi preso na Operação Anaconda.

O Ministério Público, há cerca de um mês, admitiu a possibilidade de revalidar as escutas para usá-las no processo.

“Hoje temos a convicção de que elas foram filtradas. Concordamos em incluir as fitas desde que elas sejam integrais”, afirmou o promotor José Reinaldo Carneiro. A decisão de acolher as fitas como provas do processo será do juiz estadual Luiz Fernando Migliori Prestes, do Fórum de Itapecerica da Serra.

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