A Justiça conseguiu intimar o presidente da Parmalat Brasil, Ricardo Gonçalves, a prestar esclarecimentos sobre o funcionamento da empresa no Brasil. Gonçalves havia se recusado anteontem a receber a intimação do juiz Carlos Henrique Abrão, da 42ª Vara Cível de São Paulo.
Abrão é o juiz que concedeu, no último dia 16, medida cautelar que bloqueia a venda de ativos da companhia no país e a remessa de recursos da filial para a matriz, na Itália.
A decisão foi tomada a pedido dos advogados do banco Sumitomo Mitsui Brasileiro, do escritório Pinheiro Neto.
A expectativa agora é saber se ele comparecerá à audiência, que está marcada para as 15h de hoje.
Esta será a primeira audiência realizada pela força-tarefa criada para apurar irregularidades na empresa.
O grupo é formado por três administradores judiciais –espécie de interventores–, Polícia Federal, Receita Federal e credores.
Segundo Abrão, os administradores judiciais encontraram um rombo de R$ 4 bilhões nas contas da empresa. Deste montante, só R$ 400 milhões correspondem à dívida operacional da Parmalat Brasil. O débito restante seria da Parmalat Participações.
O juiz disse que parte do endividamento da holding tem o aval da Parmalat Alimentos. O comitê fiscalizador quer apurar até que ponto o lado operacional foi contaminado pelas dívidas da controladora.