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Saiba quais são os novos rumos das investigações em SP

Uma coincidência que pode ter desdobramentos foi plotada nas investigações da Operação Anaconda

Uma coincidência que pode ter desdobramentos foi plotada nas investigações da Operação Anaconda: o mesmo código usado para designar uma conta bancária na Suíça, do ex-presidente do TRT paulista, Nicolau dos Santos Neto, é também palavra-chave, ainda não decifrada, nos autos da Operação Anaconda.

O verbete de batismo da conta de Nicolau era “Nissan”. A anotação da Anaconda é “Nissan US$ 40”.

O Ministério Público, contudo, tem-se vacinado para evitar que “meras citações” desviem o rumo correto da investigação ou sirvam para confundir. É o que acontece, por exemplo, com as menções feitas aos nomes do ex-prefeito, Paulo Maluf e do advogado José Batochio. O Ministério Público considera insubsistente o que apareceu, até agora, contra eles.

No caso do ex-titular da Delegacia da Polícia Federal, hoje senador Romeu Tuma, impressiona o MPF o número de vezes em que os depoentes tentaram vincular, sem provas, mas com insistência, o seu nome ao do delegado José Augusto Bellini.

O juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, em seus depoimentos, além de ter falado “n” vezes o nome de Tuma, referiu-se ao ex-prefeito de Santo André assassinado há dois anos, Celso Daniel, como um notório “homossexual” — o que causou escárnio aos membros do MPF. Rocha Mattos, repetidamente, se referiu a várias pessoas, indistintamente, como “débil mental” ou “com problemas psicológicos”.

Os advogados de defesa tentam justificar as gravações contra seus clientes apenas como peças a revelar conversas em tom jocoso, sem nenhuma veracidade. O que torna jocosa, aos olhos do MPF, é a postura de tais advogados. Sobretudo quando se trata de José Augusto Bellini, que é quem mais fala em dinheiro nas fitas. Aliás, vem de Bellini a maior gama de palavras em código que até agora o MPF não conseguiu decifrar.

Nas conversas, o delegado usa expressões como “é amarelo no preto”, “de dez é nove” — uma referência à notícia repassada a ele por Wagner “Peru”, que nas fitas da Anaconda aparece confessando que o “Jotinhas” (Rocha Mattos) teria sido flagrado pela PF com oito milhões de dólares numa conta na Suíça.

Rastros da cobra

Os depoimentos prestados nas últimas duas semanas misturados com os novos relatórios elaborados pela PF compõem um mosaico intrincado, mas que revela os novos passos da investigação: indícios de prova contra mais três delegados federais de São Paulo, contra um coronel da PM paulista e contra um delegado de Polícia Civil, de São Paulo.

A investigação mergulha em detalhes. Um dos delegados investigados, de São Paulo, gosta de correr com carros, em Interlagos, na zona sul, e é conhecido em concessionárias de carros importados por pedir patrocínio para sua escuderia. Ele se veste bem, cultiva a moda e a elegância.

Há suspeitas, ainda em fase embrionária, de que drogas e pedras preciosas possam ter sido mandadas para o Oriente Médio por integrantes da suposta quadrilha de venda de sentenças, a partir do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com a conivência de delegados e agentes da PF.

Ligações perigosas

Curiosamente, o último auto circunstanciado que chegou às mãos do MPF paulista, produzido pela PF, traz degravações de conversas entre Bellini e sindicalistas da Polícia Federal. Conversas que deveriam ter constado, por exemplo, dos atos circunstanciados de números 18, 19, 20, 21, 22, mas que só agora aparecem no conjunto da obra probatória.

Pode-se atribuir este “timing” de inserção ao fato de o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Francisco Carlos Garisto, que aparece neste novo conjunto de degravações, estar processando o diretor da Polícia Federal, Paulo Fernando da Costa Lacerda. Nas fitas, Garisto conversa com Bellini.

Garisto entrou com queixa-crime contra Lacerda, por injúria, no início de janeiro. A audiência estava marcada para o dia 3 de fevereiro, mas Lacerda conseguiu adiá-la para o dia 17. Antes, o diretor da PF pediu habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios para não ir à audiência.

A liminar foi negada. O mérito do recurso também será julgado no dia 17. Garisto entrou com um mandado de segurança para tentar manter a data original da audiência.

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